O setor de alimentação fora do lar iniciou uma retomada após a crise de confiança provocada pelos casos de bebidas adulteradas com metanol. A Pesquisa de Conjuntura Econômica da Abrasel, referente ao mês de novembro, mostra que o percentual de bares e restaurantes operando no prejuízo voltou a cair, de 27% em setembro para 20% em outubro, indicando melhora no desempenho das empresas.
Os dados acompanham o movimento registrado pelo Índice Abrasel-Stone, que apontou crescimento de 1,6% nas vendas de outubro em relação ao mês anterior.
Para o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, o cenário positivo reflete a recuperação gradual da confiança do consumidor.
“Outubro confirmou um ambiente mais favorável, com menos empresas no prejuízo e mais estabelecimentos operando no azul. Essa melhora é fruto da superação da crise de confiança desencadeada pela contaminação por metanol, que havia retraído o consumo no mês anterior”, disse.
A recomposição parcial da inflação nos cardápios também ajudou a aliviar as margens. De acordo com o IPCA, a alimentação fora do lar registrou alta de 0,46% ,acima da inflação geral (0,09%). Segundo a Abrasel, o setor conseguiu repassar parte dos custos, fortalecendo a estrutura financeira dos negócios.
Apesar disso, o levantamento mostra que muitos ainda enfrentam dificuldades: 39% das empresas não reajustaram os preços nos últimos 12 meses; 35% compensaram apenas a inflação; 18% ficaram abaixo do índice; e apenas 8% aplicaram aumentos superiores. A estratégia de não reajustar, segundo a entidade, é motivada pelo receio de perder clientes.
No quesito endividamento, 35% das empresas possuem pagamentos em atraso, número menor que o registrado no ano passado (41%). Entre os principais débitos estão impostos federais (72%), tributos estaduais (49%), empréstimos bancários (38%) e encargos trabalhistas e previdenciários (30%).
