A compra de um carro, principalmente quando é o primeiro, é rodeada por expectativas e receios. Devido ao alto valor dos automóveis no Brasil, uma grande parcela dos consumidores optam pelos veículos seminovos e usados, em busca de preços que cabem no bolso e do custo-benefício.
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De acordo com dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), 13.478.486 veículos seminovos já foram comercializados até novembro deste ano, um salto de 16,4% quando comparado com o mesmo período no ano passado, que teve 11.582.395 veículos vendidos.
E a previsão é de uma expansão ainda maior até o final do ano. A Fenauto projeta que 2025 ultrapasse as 15,7 milhões de vendas registradas no ano passado, ficando entre 16 a 17 milhões.
Para entender como esses números refletem no comportamento do consumidor paraibano o Portal WSCOM conversou com Beatriz Fiotini, gerente financeira do Shopping do Automóvel, em João Pessoa. Segundo ela, embora o mercado automobilístico esteja com preços de 0km mais acessíveis, a mudança não trouxe mudanças relevantes no estado.
“No nosso cenário, não houve impacto relevante. Mesmo com novos modelos zero quilômetro chegando com preços mais competitivos, a procura por seminovos permaneceu estável. Isso mostra que o cliente na Paraíba reconhece o excelente custo-benefício dos seminovos, que combinam menor depreciação com boa conservação, mantendo o segmento aquecido”, explicou.
Beatriz também contou que essa preferência é resultado do principal motivador na hora da compra: o preço. Ainda que o consumidor esteja em busca de garantia e segurança, a forma como o investimento afeta seu orçamento ainda dita a escolha final.
Principais escolhas do consumidor
O custo-benefício não está ligado somente ao estado do veículo, como também ao modelo e à forma de pagamento. A Chevrolet, por exemplo, se destaca frente às concorrentes com o modelo Onix que, de acordo com Beatriz, é o mais procurado pelo seu baixo custo e a economia atrelada à compra e manutenção.
A forma de pagamento também é outra estratégia econômica do consumidor. Para fugir das altas taxas de juros, muitos clientes estão optando pelo pagamento à vista.
“Observamos um aumento na procura por compras à vista, reflexo das taxas de juros elevadas. Ainda assim, muitos clientes dependem do financiamento, e para esse público buscamos, junto aos nossos bancos parceiros, taxas atrativas e condições flexíveis que viabilizem a compra. Nosso objetivo é atender tanto quem tem possibilidade de investir à vista quanto quem precisa de prazos mais longos”, contou Beatriz.
Se o financiamento é a única forma de garantir a chegada do carro na garagem, uma estratégia utilizada por muitos compradores é aumentar ao máximo o valor pago na entrada. Dessa forma, o valor financiado diminui e, consequentemente, os juros totais também serão menores.
Atenção na compra
Como qualquer outra compra de alto valor, os automóveis precisam de uma série de atenções especiais na hora da aquisição, principalmente no caso dos usados e seminovos. Esses cuidados vão desde a parte documental do veículo até a mecânica e estética.
O consultor automotivo Arthur Múcio, em entrevista ao portal, explicou que muitas vezes o consumidor é guiado pela emoção na hora de realizar a compra – principalmente por muitas vezes se tratar da concretização de um sonho – e deixa alguns detalhes essenciais de fora. Para evitar surpresas indesejadas e o surgimento de dores de cabeça, ele aconselha que seja feita uma avaliação pré-compra para garantir a aquisição de maneira totalmente segura.
Alguns dos principais motivos de alerta que o consumidor deve se atentar são o valor muito abaixo da tabela Fipe – principalmente em compras diretamente com o dono do veículo – e quilometragem muito abaixo do esperado.
“Às vezes o pessoal pega carro de 10 a 15 anos de uso e quer que o carro esteja abaixo de 100.000 km rodados. Só que a média de KM do brasileiro é entre 10.000 a 17.000 km por ano”, alertou o consultor.
Arthur também detalhou quais são as principais etapas de verificação essenciais para serem conferidas antes da compra, confira:
Documentação e identificação
- Numeração de chassi
- Etiquetas de identificação
- Numeração de vidros
- Documentação
Mecânica, estrutura e estética
- Pneus
- Rodas
- Freios
- Faróis
- Pintura
De acordo com o consultor, essa averiguação é mais indicada que seja feita com um profissional da área, que possui experiência e aparelhos que são capazes de verificar se todas as informações passadas pelo vendedor estão corretas.
Onde e quando comprar
Hoje em dia a internet oferece diversas formas de venda que fogem do tradicional, como os marketplaces. Nessas plataformas o cliente consegue negociar diretamente com o vendedor, podendo alcançar preços mais baratos do que os encontrados em concessionárias tradicionais. No entanto, tanto os métodos mais convencionais quanto os mais modernos possuem seus pontos negativos e positivos.
Enquanto as concessionárias possuem valores um pouco mais altos, elas também oferecem ao consumidor um prazo de garantia e atendimento pós-compra, trazendo maior segurança para o investimento.
“Quando a gente parte para a venda particular, basicamente o carro vem sem garantias. Já no lojista e na concessionária, ofecerem pelo menos 90 dias de garantia total do carro. Algumas lojas ainda estendem e conseguem dar até um ano de garantia”, aconselhou Arthur.
Depois de todos os passos verificados, surge a dúvida de qual é o momento ideal para finalizar a compra. De acordo com Arthur, a maioria das lojas oferecem condições melhores em duas ocasiões: final de mês e final de ano.
“Ali do meio do ano para frente sempre é o melhor momento, porque é quando normalmente o pessoal vai estar dando emplacamento e transferência grátis. E melhor ainda se for final de mês, porque tem as metas a serem batidas”, explicou.
Ao unir a pesquisa do veículo ideal com a escolha da melhor época para a negociação, o consumidor garante o equilíbrio entre economia e segurança na concretização do sonho do carro próprio.
