Tarifas de energia e água pressionam lucros e desafiam sustentabilidade de bares e restaurantes na Paraíba

Segundo a Abrasel-PB, energia elétrica é o custo fixo que mais pesa no setor e pode representar até 15% das despesas operacionais; empresários buscam alternativas para reduzir consumo e investir em sustentabilidade.

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Os aumentos nas tarifas de energia elétrica e de água têm gerado impacto nas finanças de bares e restaurantes da Paraíba. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Paraíba (Abrasel-PB), Thâmara Cavalcanti, o cenário tem pressionado as margens de lucro e exigido dos empresários criatividade e investimento em eficiência para conter os gastos.

“O contínuo aumento das tarifas de energia elétrica, agravado por mecanismos como as bandeiras tarifárias, representa um dos custos fixos mais significativos para bares e restaurantes, que dependem intensamente de refrigeração, climatização, iluminação e equipamentos de cozinha. Neste cenário, o ajuste de preços para compensar o impacto muitas vezes não é plenamente possível, o que pressiona as margens de lucro”, explicou Thâmara.

Entre as despesas fixas mais pesadas no orçamento dos estabelecimentos estão energia elétrica, água, gás e internet, mas é a conta de luz que mais compromete o caixa das empresas. 

A presidente da Abrasel-PB destacou que o impacto é sentido de forma diferente entre pequenos e grandes restaurantes. Segundo ela, os estabelecimentos de menor porte costumam adotar com mais frequência práticas de eficiência energética e sustentabilidade em função de limitação orçamentária. 

Enquanto os de maior porte suportam valores absolutos mais elevados de consumo energético, o que os torna mais vulneráveis às variações tarifárias, embora possam explorar economia de escala, conforme explica a presidente.

Mesmo sem dados específicos para a Paraíba, a Abrasel estima que as contas de energia e água representem de 5% a 15% do custo operacional total de um restaurante bem estruturado. “Essas despesas variam conforme localização, volumetria de serviço, perfil de consumidor e eficiência elétrica”, disse Thâmara.

Diante desse cenário, muitos empresários têm buscado alternativas para reduzir o consumo. As principais medidas incluem substituição de equipamentos antigos por modelos de maior eficiência energética (geladeiras, freezers, sistemas de climatização com selo A), iluminação LED, sensores de presença, timers para climatização e campanhas de conscientização interna sobre consumo de água e energia.

Em algumas unidades, segundo Thâmara, já é possível observar práticas como reaproveitamento de água de lavagem, uso de água de chuva ou menor utilização de equipamentos durante horários de pico.

A tendência de investir em soluções sustentáveis, como energia solar e reaproveitamento de água, também vem ganhando força no setor. “Há, de fato, uma tendência crescente no setor para incorporar medidas sustentáveis como energia solar, reaproveitamento de água ou economia circular. A pesquisa da Abrasel com apoio do Sebrae identificou que a energia foi o grupo mais citado entre as práticas sustentáveis adotadas por bares e restaurantes”, afirmou Thâmara.

Apesar do avanço, ela pondera que ainda é um movimento restrito. “Contudo, apesar desse movimento positivo, esses projetos ainda não são majoritários e dependem de escala, capital inicial e retorno estimado, ou seja, há necessidade de incentivo público e privado para que se tornem comuns em toda a base de associados”, destacou.

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