A Kassuá, loja idealizada pela curadora e empreendedora Renata Almeida, nasceu em João Pessoa durante a pandemia e hoje se consolida como um espaço de valorização da cultura nordestina. Criada em 2020 como um negócio totalmente digital, a marca deu seu primeiro passo no espaço físico em abril de 2024.
“Nós começamos o negócio no final de 2020, bem no auge da pandemia, e toda a nossa operação era no digital”, relembra Renata. “A Kassuá foi crescendo, foi tomando voo, e a gente sentiu a necessidade de ter um espaço físico, não só para organizar melhor o estoque, mas também para criar momentos de conexão entre o produtor e o consumidor.”
A loja ganhou sede no bairro do Bessa, em João Pessoa. O local, segundo Renata, se tornou um ponto de encontro e experiência. “O espaço físico é pequeno, mas consegue receber pessoas para oficinas, encontros e degustações. A gente tem feito várias oficinas de cachaça com queijo, vinho com queijo e atividades manuais, que chamamos de Sabores e Saberes. É um lugar de troca, de conhecer, provar e sentir de perto o produto”, disse.
Produtos com identidade paraibana
A Kassuá trabalha com artesanato e gastronomia, áreas que, segundo Renata, são a grande expressão cultural de um povo. “Quando você viaja, o que quer conhecer é a comida do lugar e o que é feito à mão. A gente reúne esses dois universos, com produtos de pequenos produtores, em sua maioria paraibanos”, explicou.
Cerca de 80% dos produtos comercializados vêm da Paraíba. Entre eles estão queijos e cachaças premiadas, cervejas artesanais, geleias, doces e chocolates produzidos a partir de ingredientes da agricultura familiar.
“Nosso trabalho é mostrar o valor de consumir o produto local. É uma reeducação do hábito de consumo. Se posso comprar de um produtor daqui, por que buscar de fora?”, afirma Renata. “Existe toda uma cadeia de impacto positivo quando você escolhe consumir de forma consciente. Esse é o nosso grande desafio.”

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOM
Do online ao presencial
Mesmo com a abertura da loja física, a Kassuá mantém a força do atendimento digital. “A gente continua atendendo pelo WhatsApp. Os clientes que já conheciam nossa metodologia de trabalho seguem pedindo online. Mas agora, com o espaço físico, conseguimos atrair novos públicos, turistas e pessoas que passam pelo Bessa e se encantam ao conhecer a loja”, declarou Renata.
As oficinas e degustações também têm sido ferramentas de aproximação. “Quando o cliente prova e gosta, ele se apaixona não só pelo sabor, mas pela história do produtor. Isso é o mais bonito: transformar uma compra em uma conexão afetiva”, contou.
Mulher empreendedora e o cenário paraibano
Renata ainda reconhece os desafios de empreender, sobretudo sendo mulher. “Empreender já é um desafio. Ser mulher no empreendedorismo aumenta o grau de dificuldade.” Ainda assim, ela enxerga a Paraíba como um território fértil para novos negócios.
“A Paraíba hoje está crescendo, se tornando um grande celeiro de oportunidades. É um bom momento para empreender, mas é preciso dedicação, resiliência e resistência. Além de se manter no mercado, é preciso resistir para continuar vivo”, destacou.
