O preço do ouro ultrapassou os US$ 4.300 por onça nesta sexta-feira (17), impulsionado pelo aumento nas tensões geopolíticas, pelas incertezas econômicas globais e pelas apostas cada vez mais fortes em cortes nos juros dos Estados Unidos. Esse cenário tem levado investidores a recorrer ao metal precioso como forma de proteção.
Na sessão, o ouro à vista avançava 0,2%, sendo negociado a US$ 4.335,87 por onça, após bater um novo recorde intradiário de US$ 4.378,69. Já os contratos futuros com vencimento em dezembro nos EUA subiam 1%, alcançando US$ 4.348,90.
Com esse movimento, o ouro caminha para uma valorização semanal de aproximadamente 8,1%, o maior avanço desde dezembro de 2008. Mais cedo, chegou a registrar um desempenho semelhante ao de setembro daquele ano, quando a falência do Lehman Brothers desencadeou a crise financeira global.
“Com as expectativas de corte nos juros, riscos geopolíticos e preocupações bancárias persistentes em jogo, o ambiente permanece altamente favorável ao ouro”, afirmou Alexander Zumpfe, operador de metais preciosos da Heraeus Metals Germany. Ele alertou, no entanto, que uma correção de curto prazo pode ocorrer, já que o mercado se encontra em uma condição de sobrecompra.
A prata também acompanhava o movimento dos metais preciosos. Apesar de ter recuado 0,5% no dia, sendo cotada a US$ 53,96 por onça, o metal chegou a atingir um recorde de US$ 54,47 e caminha para encerrar a semana com alta acumulada de 7,3%.
Enquanto isso, os mercados acionários globais sofriam com quedas, pressionados pelo declínio das ações de bancos. Sinais de estresse entre credores regionais nos EUA aumentavam a cautela dos investidores, favorecendo a busca por ativos considerados mais seguros, como o ouro.