O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira (7) que ainda há R$ 10,46 bilhões em valores esquecidos por clientes nas instituições financeiras de todo o país. O levantamento leva em conta dados registrados até agosto.
Desse montante, R$ 8,08 bilhões pertencem a 48,4 milhões de pessoas físicas, enquanto R$ 2,37 bilhões estão ligados a 4,56 milhões de empresas. Desde o início do programa, o BC já devolveu R$ 11,74 bilhões em recursos não resgatados anteriormente.
O serviço do Banco Central, conhecido como Sistema de Valores a Receber (SVR), permite que tanto pessoas físicas, inclusive falecidas, quanto jurídicas verifiquem se têm algum saldo esquecido em bancos, consórcios ou outras instituições.
Embora o prazo inicial para solicitação tivesse previsão de término em 16 de outubro de 2024, o Ministério da Fazenda esclareceu que não existe limite de tempo para a retirada desses valores.
A consulta e o pedido de devolução podem ser feitos exclusivamente pelo endereço oficial:
https://valoresareceber.bcb.gov.br
Como resgatar os valores?
Os recursos são transferidos somente via chave PIX. Caso o cliente ainda não possua uma, deve se cadastrar junto ao seu banco e retornar ao sistema para solicitar o saque. Também é possível entrar em contato diretamente com a instituição financeira para combinar outra forma de recebimento.
No caso de valores pertencentes a pessoas falecidas, apenas herdeiros, inventariantes ou representantes legais podem fazer a consulta e o resgate, mediante o preenchimento de um termo de responsabilidade.
Desde 27 de maio, o Banco Central oferece uma opção automática de solicitação de devolução, voltada exclusivamente para pessoas físicas que possuam chave PIX do tipo CPF. A adesão é opcional, e o objetivo é agilizar o processo de devolução. Com o novo recurso, o cidadão não precisa entrar periodicamente no sistema nem registrar cada pedido manualmente, o crédito é feito diretamente pela instituição financeira.
Entretanto, bancos que ainda não aderiram ao termo de devolução via PIX continuam exigindo o pedido manual, especialmente em casos de contas conjuntas.
Para reduzir riscos de fraude, o BC implementou em fevereiro uma nova camada de verificação no sistema SVR. O acesso agora exige conta gov.br nível prata ou ouro, com autenticação em duas etapas e validação facial no aplicativo.
O login é feito com CPF e senha, e o sistema gera um código de acesso temporário no app gov.br. O BC reforça que não envia links por e-mail, SMS ou redes sociais, e que todas as consultas devem ser realizadas apenas pelo site oficial.