A criação e revitalização de museus em João Pessoa reacendeu o debate sobre o papel desses espaços na economia da cidade. Segundo o Secretário de Cultura da capital paraibana, Pedro Santos, o impacto dos museus vai muito além da preservação cultural. Ele destaca que, quando bem estruturados, esses equipamentos atraem turistas, geram empregos e movimentam o comércio local.
“O impacto inicial percebido é o turístico. As agências de receptivo celebram quando um equipamento dessa natureza é instalado, porque amplia o rol de ofertas e naturalmente atrai novos clientes”, afirmou o secretário.
Ele ainda destacou que na medida em que os museus se consolidam como destino de visitantes e residentes, é possível perceber os impactos no entorno. “Novos serviços começam a ser instalados, a exemplo de cafés, livrarias, bares e restaurantes”, completou.
O secretário ressalta que a Paraíba tem investido fortemente na área da museologia. Entre 2022 e 2025, o governo estadual prevê mais de R$ 22 milhões em ações voltadas à criação e ao fortalecimento de museus, incluindo a implantação do Sistema Estadual de Museus e a contratação de museólogos por concurso público. “Essas iniciativas vão garantir o correto funcionamento dos espaços e a formação de mão de obra especializada”, disse Santos.
Na outra ponta da discussão, o vereador João Almeida vê com cautela a multiplicação desses equipamentos na região central. Para ele, a prioridade deve ser atrair pessoas, empreendimentos e atividades econômicas, e não apenas ampliar o número de espaços culturais.
“O Centro da cidade precisa de gente. Prédio não falta. Cultura se faz com presença e ocupação”, declarou o parlamentar. “Dessa forma, o Centro Histórico vai se tornar um grande museu”, disse.
O alerta foi feito durante sessão na Câmara Municipal, no mesmo dia em que os vereadores aprovaram um projeto que autoriza a cessão da Praça Venâncio Neiva e do Pavilhão do Chá ao Sesc/Senac, onde serão instalados um restaurante e um café.
Pedro Santos reforça que a vocação cultural de João Pessoa é um diferencial para o turismo local. “João Pessoa é a terceira capital mais antiga do Brasil. O nosso Centro Histórico é um verdadeiro museu do patrimônio arquitetônico a céu aberto. É natural que nossos museus dialoguem com essa riqueza e fortaleçam a memória coletiva”, afirmou o secretário.
Entre os equipamentos mais recentes, ele destaca o Museu de História da Paraíba, instalado no Palácio da Redenção, que recebeu mais de 2 mil visitantes apenas no fim de semana de inauguração, e o Museu Casa do Artista Popular Janete Costa, revitalizado pelo governo estadual. “Esses espaços contribuem para consolidar João Pessoa como destino cultural e turístico”, disse.