Nas últimas semanas, a circulação de informações falsas sobre supostos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas gerou preocupação entre consumidores e afetou o setor de bares e restaurantes em diversas regiões do país. O levantamento da Palver, empresa especializada em monitoramento de redes sociais, identificou um aumento expressivo nas menções ao tema entre 30 de setembro e 4 de outubro, com maior concentração em São Paulo.
De acordo com a empresa, o pico das publicações ocorreu na noite de 3 de outubro, quando cerca de 25% das mensagens mencionavam listas de bares “interditados” e marcas de bebidas supostamente adulteradas. Nenhuma dessas informações, no entanto, tinha fonte confirmada.
O conteúdo, que se espalhou principalmente em grupos de WhatsApp e Telegram, também incluiu teorias não verificadas sobre envolvimento de organizações criminosas, como o PCC, e sobre possíveis adulterações intencionais de bebidas. Especialistas em comunicação digital apontam que o compartilhamento de mensagens com “relatos pessoais” ou supostas citações de “fontes oficiais” tende a aumentar a credibilidade e, consequentemente, o alcance da desinformação.
Proprietários de bares e restaurantes relataram queda no movimento e perdas financeiras após a viralização das mensagens. Diante do cenário, o Ministério da Saúde e as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais reforçaram a fiscalização e ampliaram a divulgação de informações verificadas sobre o consumo seguro de bebidas.
Autoridades afirmam que o enfrentamento à desinformação requer integração entre os governos municipal, estadual e federal, de modo a evitar contradições e garantir que a população receba orientações baseadas em dados reais. A ausência de comunicação coordenada, segundo especialistas, favorece a disseminação de boatos e compromete a confiança pública nas instituições.