O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir com o secretário do Tesouro dos EstadosnUnidos, Scott Bessent, para discutir as tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre as exportações brasileiras. A afirmação foi feita pelo próprio chefe da pasta nesta segunda-feira (29). A reunião deve acontecer nas primeiras semanas de outubro, antecedendo a reunião de ministros das finanças do G20, agendada para os dias 15 e 16 do mês, em Washington.
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“Eu tenho uma ida para os Estados Unidos para o G20. Na pior das hipóteses, acredito que a gente vai se falar lá. Mas quem sabe antes disso os dois gabinetes marquem uma reunião. É possível também”, afirmou após participar do Macro Vision, evento do Itaú BBA, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Reunião presidencial em negociação
Questionado se participaria da reunião que vem sendo articulada entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, Haddad disse que a decisão cabe ao chefe do Executivo, mas garantiu estar à disposição.
Tarifaço é visto como “tiro no pé”
Haddad classificou como “animosidade artificial” o clima atual entre Brasil e Estados Unidos e afirmou que a situação tende a ser superada. Em sua avaliação, o tarifaço norte-americano, que elevou em até 40% o custo de produtos como café e carne, prejudica também a economia dos EUA. “Não faz o menor sentido (os EUA) pagarem mais caro no café, na carne, não faz o menor sentido”, criticou.
Histórico das negociações
O ministro recordou que, em maio, esteve reunido com Bessent em Washington. Naquele encontro, o secretário do Tesouro havia sinalizado que não seria lógico impor barreiras comerciais à América do Sul. “Aí, dois meses depois, muda tudo, e veio uma tarifa que está aí, de 40% extra sobre alguns produtos. Todo mundo vai concordar que não faz o menor sentido, do ponto de vista econômico, nem para ele, nem para nós”, afirmou.
Impacto econômico e perspectivas
Haddad destacou que, do ponto de vista macroeconômico, os efeitos das tarifas devem ser limitados. No entanto, setores específicos da economia brasileira sentem de forma mais intensa o impacto das medidas.
Para o ministro, é apenas uma questão de tempo até que se inicie um debate mais “racional” entre os países, separando a economia de política. Ele citou como positivo o discurso do presidente Lula na Assembleia Geral da ONU, considerado um passo para criar um ambiente mais amigável. “Gerou um clima mais amigável, temos que explorar isso”, avaliou.
Crédito: Brasil 247