Tarifa dos EUA derruba exportações de café do Brasil em agosto; Alemanha assume liderança

Com retração de 17,5% nas vendas externas, os EUA caíram para o segundo lugar entre os importadores, enquanto a Colômbia surpreendeu com aumento de quase 600% nas compras.

Foto: Reprodução

As exportações brasileiras de café recuaram 17,5% em agosto de 2025 em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O país embarcou 3,144 milhões de sacas de 60 kg, contra 3,813 milhões no mesmo período de 2024, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O principal motivo da queda foi a taxação extra imposta pelos Estados Unidos, que até então eram os maiores compradores do produto brasileiro. Com a redução dos envios, a Alemanha assumiu o primeiro lugar no ranking de importadores, adquirindo 414 mil sacas no mês.

De acordo com o Cecafé, os EUA caíram para a segunda posição, com 301 mil sacas, volume 46% menor que em agosto do ano passado e 26% abaixo do registrado em julho.

O presidente da entidade, Márcio Ferreira, destacou que esse montante ainda se refere a contratos fechados antes da entrada em vigor da nova tarifa. No acumulado do ano, entretanto, os americanos seguem como principais clientes do Brasil.

Historicamente, EUA e Alemanha alternam a liderança entre os compradores do café brasileiro.

Enquanto isso, a Colômbia adquiriu 112 mil sacas de café brasileiro em agosto, um salto de 578% em relação às 16 mil sacas registradas no mesmo mês de 2024.

Segundo o Cecafé, o país elevou as aquisições para atender à demanda interna e também para reexportação por meio do mecanismo de drawback, que permite a importação de insumos destinados à produção de bens que serão exportados posteriormente. A entidade reforça que essa prática é distinta da triangulação, considerada irregular.

“Não há como enviar café ao país vizinho e determinar para onde ele será destinado depois. Existem regras de mercado que precisam ser cumpridas”, esclareceu o conselho.

Além de afetar o volume de vendas, a sobretaxa americana também mexeu com o mercado internacional. Ferreira explicou que a medida intensificou a volatilidade e impulsionou as cotações do café arábica.

Entre 7 de agosto, quando a taxação entrou em vigor, e o fim do mês, o preço na Bolsa de Nova York saltou 29,7%, passando de US$ 2,978 para US$ 3,861 por libra-peso.

O presidente do Cecafé alerta que, caso a medida seja mantida, não apenas as exportações brasileiras para os EUA seguirão inviáveis, como também os consumidores americanos deverão enfrentar preços mais altos, já que não há oferta suficiente de outros produtores para compensar a ausência do Brasil.

Apesar da queda no volume embarcado, a disparada das cotações garantiu aumento na receita: os exportadores brasileiros faturaram US$ 1,101 bilhão em agosto, alta de 12,7% sobre o mesmo mês do ano passado.

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso