Política

Dia do Nordestino: Perspectivas econômicas da região destacam crescimento acelerado e nova potência com energias renováveis


08/10/2024

Complexo de energia eólica em Santa Luiza, na Paraíba (Foto: Divulgação/Neoenergia)

Por Anna Barros e Wallyson Costa / Portal WSCOM



Neste Dia do Nordestino, 8 de outubro, é impossível ignorar a relevância econômica do Nordeste brasileiro e do seu povo para o desenvolvimento do país. Representando quase 30% da população nacional, com cerca de 60 milhões de habitantes, o Nordeste tem se destacado nos últimos anos por um crescimento superior à média nacional. Para entender melhor esse cenário, o Portal WSCOM conversou com dois economistas que analisaram o presente e o futuro da economia com suas particularidades.

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De acordo com o economista Celso Mangueira, o Nordeste apresentou um crescimento econômico robusto desde o início deste século.

“Entre 2002 e 2019, o Nordeste cresceu 53,3%, acima da média nacional de 46,4%. A diferença é pequena, mas significativa, pois a região mantém uma participação em torno de 14% no PIB nacional. A renda per capita ainda representa apenas 52,2% da média nacional, mas esse índice já foi pior, sendo de 44% no ano 2000”, explicou Mangueira.

O economista destaca, no entanto, que esse crescimento acima da média nacional não representa, por si só, um grande feito, já que o país como um todo cresceu pouco no período. Mesmo assim, as projeções para os próximos anos são promissoras.

“Estudos realizados baseados numa série de investimentos públicos e privados previstos para os próximos anos indicam que a economia nordestina irá crescer num ritmo mais acelerado do que a média do Brasil no longo prazo. A região deve ter uma expansão média de 3,4% ao ano entre 2026 e 2034, acima dos 2,5% que serão observados para o país nesse período”, concluiu o economista.

Importância econômica e social

A força histórica do Nordeste na formação do Brasil também foi lembrada pelo economista e escritor Acilino Alberto Madeira Neto. Para ele, a importância da região vai além do aspecto econômico, integrando o social, político e cultural.

“O Brasil são dois Brasis: o real e o oficial. O Nordeste também são dois, um da realidade e outro da oficialidade… Nos últimos tempos, o Brasil Oficial tem negado a importância do Nordeste Real tanto na formação como na integração e desenvolvimento econômico nacional. Porém, economicamente, é matéria fácil de ser contestada, haja a vista que nós nordestinos temos estudos fartos a respeito da importância da região para o país: “Formação Econômica do Brasil”, de Celso Furtado”, disse.

Acilino relembra que o Nordeste foi o berço do primeiro ciclo econômico do país, o ciclo da cana-de-açúcar, e que, mesmo com a perda de protagonismo econômico após o ciclo da mineração e a industrialização do Sudeste e Sul, a região nunca perdeu sua importância social, política e cultural.

“Fundamos o Brasil, criamos a grande Escola de Direito do Recife e o moderno romance brasileiro com José Lins do Rego. Sempre estivemos presentes na história geral e econômica do país.”
Olhando para o futuro, as novas tendências econômicas trazem promessas de renovação para o Nordeste. A produção de energias renováveis, como a solar, eólica e de hidrogênio verde, deve transformar a região em um dos motores da economia brasileira nas próximas décadas.

“A produção de energia renovável no Nordeste será um elemento central na transição para uma economia mais sustentável e limpa”, concluiu Acilino.



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