O humorista Leo Lins fez uma piada nas redes sociais em que ironiza a morte de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como Vaqueirinho, atacado por uma leoa após invadir o recinto do animal no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa, no domingo (30). A postagem, feita na segunda-feira (1º), um dia depois da tragédia, e gerou forte reação de internautas, que acusaram o comediante de usar a morte de um jovem esquizofrênico e vulnerável como fonte de humor.
No Instagram, Leo Lins publicou uma imagem com a frase: “Moral do dia: o brasileiro tem que matar um leão por dia pra sobreviver… às vezes o leão ganha”.
A maioria dos comentários rejeitou o tom da publicação e pediu respeito. “Que ridículo né brincando com uma dor de uma pessoa gente saúde mental não é brincadeira”, criticou uma seguidora. Outra avaliou que o humorista ultrapassou limites ao usar a morte de um jovem com transtorno mental como mote de piada. “Zombar da morte de alguém vulnerável não é humor — é crueldade disfarçada de piada. E quem escolhe esse caminho não revela coragem, apenas pobreza moral”, escreveu.
O corpo de Gerson, o Vaqueirinho, foi velado e sepultado no fim da tarde de segunda-feira (1º), no cemitério do Cristo, em João Pessoa. Familiares e amigos acompanharam a despedida. A prima Ícara Menezes fez questão de rebater a imagem de “perigo” associada ao jovem e cobrou acolhimento, não julgamento.
“Ele não era má pessoa, ele nunca foi agressivo, nunca mexeu em nada de ninguém dentro de casa. Todas as vezes que ele teve uma passagem [pela polícia] foi sempre em troca de almoço, de janta, de pirulito. Ele nunca foi um menino ruim, foi apenas um menino que precisou de apoio e nunca teve”, afirmou.
