A multiartista Elba Ramalho foi a convidada do canal “Os Nordestinos Pelo Mundo” (ONPM), apresentado por Leo Paiva, e relembrou sua trajetória de sucesso, celebrando mais de 45 anos de residência no Rio de Janeiro. A cantora, que é um ícone de representatividade da cultura nordestina, detalhou sua partida de Campina Grande, na Paraíba, em 1974, e o espírito “desbravador” que a impulsionou.
O mundo maior que o Sertão
Durante o bate-papo, Elba descreveu sua saída do Nordeste não como um abandono, mas como uma “necessidade urgente de crescimento artístico”. O momento decisivo ocorreu após aceitar o convite do Quinteto Violado para se apresentar no Rio de Janeiro, quando decidiu não mais voltar.
“Eu sonhei em alçar voo muito jovem e o sertão era muito pequeno. Eu amava tudo, mas eu queria ir embora! Eu sabia que o mundo era maior do que aquilo ali,” revelou a artista, emocionada.
Apesar dos desafios no início da carreira, a artista ressaltou sua força: “Eu não baixava a guarda, não me fazia de vítima das circunstâncias, não desanimava, porque eu tava voando e eu estava direcionando a minha vida. Então eu estava querendo voar o mais alto possível”.
Acolhida na MPB e barreiras na atuação
A conversa também revisitou a efervescente cena artística dos anos 70, que a acolheu. Elba detalhou como foi recebida por “nomes gigantes da MPB”, uma época marcada por um forte senso de comunidade, onde se fazia “grandes amigos”.
Ela relembrou a amizade com Geraldo Azevedo e a convivência com Alceu Valença, o compositor Carlos Fernando (“Banho de Cheiro”) e Chico Buarque. Elba ainda atuou na peça musical “A Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, ao lado da atriz Marieta Severo.
No entanto, a cantora revelou os desafios que enfrentou na transição de atriz amadora para a cena carioca. Para se adaptar e conquistar papéis, ela precisou neutralizar o sotaque e mudou diversas “coisas”, mas admitiu ter perdido “muito papel por ser nordestina”.
Ela ressaltou que, mesmo consagrada, sua busca por evolução é constante: “Eu sinto que eu vou melhorando, envelhecendo, mas com mais sabedoria e com mais qualidade artística, cantando muito mais e com muito mais voz”.
A íntegra da entrevista com Elba Ramalho está disponível no YouTube e nas plataformas de áudio do canal Os Nordestinos Pelo Mundo.

