Entre os dias 22 e 25 de outubro, João Pessoa sediou o Brasil Cachaças 2025, evento que reuniu produtores, especialistas e apreciadores da bebida de todo o país. A programação contou com expositores de mais de 20 estados, além de oficinas, concursos de drinks, mostras gastronômicas e o II Salão do Queijo da Paraíba, espaço voltado à valorização de produtos artesanais feitos com leite bovino e caprino.
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Entre os participantes estava o mestre queijeiro Antônio Ronaldo, produtor artesanal da cidade de Queimadas, no Agreste paraibano. Jornalista aposentado, ele se dedica há mais de três anos à fabricação de queijos com leite bovino e caprino.
Segundo Antônio, o preconceito com produtos feitos a partir do leite de cabra ainda é um dos principais desafios enfrentados pelos produtores. “Existe um certo preconceito com relação aos derivados de leite de cabra, e isso vem de um erro de manejo do passado, quando os produtores criavam o bode junto com as cabras”, explicou.
“O bode tem um feromônio que passava para o leite e deixava o cheiro característico. Hoje, com técnicas adequadas, isso não acontece mais”, acrescentou. Ele destaca que eventos como o Brasil Cachaças são importantes para aproximar o público da produção artesanal e mudar percepções equivocadas sobre o queijo de cabra.
“Eu aproveito momentos como esse para quebrar um pouco essa barreira e fazer uma espécie de educação para o consumo. Isso tem surtido efeito, o pessoal prova e percebe que o sabor é diferente, mas natural”, afirmou.
De acordo com o produtor, participar de feiras e mostras têm contribuído para mudar a relação do público com o produto. “No começo, as pessoas provavam o queijo e, quando eu dizia que era de leite de cabra, cuspiam. Hoje, elas entendem que é um queijo como qualquer outro, com suas próprias características”, relatou.
No Salão do Queijo da Paraíba, realizado dentro da programação do evento, foram expostos cerca de 350 produtos artesanais, entre eles queijos de cabra, de vaca e de búfala. O espaço serviu como vitrine para produtores locais e nacionais, e também como ambiente de degustação e educação sensorial para o público visitante.