Brasil 247 – A fabricante chinesa BYD atingiu um marco histórico em sua expansão global com a inauguração de sua nova fábrica em Camaçari (Bahia), nesta quinta-feira (9). A informação é do jornalista André Vieira, em reportagem no portal Brazil Stock Guide, que destacou o evento como um símbolo da corrida mundial pelo domínio do futuro elétrico.
Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ao lado do fundador da empresa, Wang Chuanfu, e celebrou a produção do 14º milhão de veículo da BYD — um modelo Song Pro híbrido plug-in flex, fabricado no novo complexo industrial baiano. A conquista veio apenas três meses após a empresa alcançar a marca de 13 milhões de unidades produzidas.
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A Bahia será o ponto de partida para as exportações da BYD para a América do Sul e para a África”, disse Lula, ao encorajar a companhia a dobrar sua meta de produção para 600 mil veículos por ano.
Expansão acelerada e impacto global
Erguida em tempo recorde no antigo terreno da Ford, a planta de Camaçari deve produzir 150 mil veículos no primeiro ano e alcançar 300 mil na segunda fase de operação. O plano do governo federal é consolidar a Bahia como o principal polo de mobilidade elétrica do hemisfério sul.
Desde 2022, a BYD já vendeu 170 mil veículos elétricos no Brasil, conquistando 5,5% do mercado nacional em 2025, segundo projeções citadas pelo Brazil Stock Guide. O avanço coloca a montadora à frente de gigantes tradicionais como Stellantis, Volkswagen e General Motors em segmentos estratégicos.
Na Europa, a BYD também cresce apesar das barreiras protecionistas. A empresa ultrapassou a Tesla em vendas de veículos elétricos e ampliou presença em mercados como Reino Unido e Noruega, mesmo enfrentando tarifas de até 28% sobre carros fabricados na China.
Nos Estados Unidos, onde o acesso ao mercado permanece bloqueado por barreiras comerciais, o nome da BYD circula entre investidores e sindicatos como símbolo da nova ameaça industrial chinesa, conforme o portal.
Desafios e oportunidades para o Brasil
Analistas destacam que o sucesso da BYD na Bahia dependerá não apenas da escala de produção, mas da transferência tecnológica e do fortalecimento de fornecedores nacionais. Sem isso, o país corre o risco de se tornar apenas um polo de montagem com pouco valor agregado.
Para integrar o Brasil à cadeia global de valor dos veículos elétricos, o governo precisa investir em infraestrutura logística, centros de engenharia e energia confiável, além de estimular mão de obra qualificada.
