A Paraíba se destacou nos dois extremos do ranking nacional sobre o tempo gasto pelos trabalhadores para chegar ao emprego, de acordo com dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (9).
De um lado, o município de Poço Dantas, no Sertão paraibano, aparece entre as seis cidades brasileiras onde a maioria das pessoas empregadas precisa de cinco minutos ou menos para chegar ao trabalho. Do outro, Lastro, também no interior do estado, está entre as localidades com maior tempo médio de deslocamento, com 16% dos trabalhadores levando mais de quatro horas por dia no trajeto.
Em Poço Dantas, assim como em Galinhos (RN) e em outros municípios do interior citados pelo IBGE, o deslocamento curto é reflexo da dimensão territorial e da concentração de atividades econômicas no entorno das residências. Nesses locais, a estrutura urbana é compacta, e o número reduzido de habitantes, menos de 4 mil, favorece a proximidade entre casa e trabalho.
De acordo com o IBGE, 58% dos trabalhadores de Galinhos (RN) e Poço Dantas (PB) levam até cinco minutos para chegar ao emprego. Outras cidades com índices próximos incluem Montauri, Muliterno e Nova Candelária (RS) e Figueirópolis D’Oeste (MT).
Nas capitais do Nordeste, o cenário é bem diferente. Em João Pessoa, apenas 7% da população empregada mora a cinco minutos do local de trabalho. O percentual é semelhante ao de Fortaleza, Natal, Teresina e Campo Grande, e um pouco acima do registrado em Recife, Aracaju, Maceió e Salvador, onde o índice varia entre 4% e 6%.
Entre todas as capitais brasileiras, Palmas (TO) é a única onde mais de 10% dos trabalhadores moram perto do emprego.
O Censo revela que 57% dos trabalhadores brasileiros levam até meia hora para chegar ao trabalho, aumento em relação a 2010, quando eram 52%. Outros 20% gastam de 30 minutos a uma hora, e 10% precisam de uma a duas horas de deslocamento diário.
Além de Poço Dantas e Lastro, outro município paraibano que aparece com bom desempenho é Joca Claudino, onde a maioria da população leva entre seis e quinze minutos para chegar ao trabalho, tempo considerado curto pelo IBGE.
Em todo o país, 1,3 milhão de pessoas (1%) passam mais de duas horas no trajeto até o trabalho, o mesmo percentual registrado no levantamento anterior, de 2010.
