Os trabalhadores da Paraíba e do Nordeste continuam entre os que recebem os menores salários do país, segundo os dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto a média nacional de rendimentos do trabalho foi de R$ 2.851 por mês, os trabalhadores do Nordeste receberam R$ 2.015, o equivalente a apenas 70% da média brasileira. No Norte, o rendimento médio ficou em R$ 2.238.
Na Paraíba, a realidade acompanha a média nordestina. Grande parte da população ocupada recebe entre um e dois salários mínimos, e mais de um terço dos trabalhadores vive com até um salário mínimo mensal.
O levantamento aponta que Norte e Nordeste concentram as menores rendas do país. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste mantêm média salarial acima de R$ 3 mil, impulsionadas pela concentração industrial e de serviços especializados.
No Nordeste, os estados com os menores rendimentos médios foram Piauí, Maranhão e Bahia, enquanto Pernambuco e Ceará registraram médias ligeiramente superiores, mas ainda abaixo da nacional.
As desigualdades de renda também se refletem nas diferenças entre homens e mulheres. No Brasil, os homens recebem, em média, R$ 3.115, enquanto as mulheres ganham R$ 2.506, uma diferença de 24%.
O Censo também mostra que os trabalhadores brancos têm rendimentos significativamente superiores aos pretos, pardos e indígenas. No país, os brancos ganham R$ 3.659, contra R$ 2.061 dos pretos e R$ 1.683 dos indígenas.
No Nordeste, onde a maioria da população se declara parda, a diferença racial na renda é ainda mais expressiva, com reflexos diretos nas condições de vida e acesso a oportunidades.
Segundo o IBGE, 35,3% dos trabalhadores brasileiros recebem até um salário mínimo, enquanto apenas 7,6% têm rendimento superior a cinco salários mínimos. A faixa mais comum é de um a dois salários mínimos, que concentra 32,7% da força de trabalho.