A oposição no Congresso Nacional decidiu adiar para fevereiro o protocolo do pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A iniciativa, anunciada sob a alegação de “crime de responsabilidade” em supostas condutas relacionadas ao caso do banco Master, seria formalizada nesta segunda-feira, mas os parlamentares recuaram e optaram por postergar a apresentação do requerimento.
A decisão foi divulgada após a bancada oposicionista convocar a imprensa para acompanhar o ato no Senado. Segundo os articuladores do movimento, o recesso legislativo reduziu a presença de parlamentares em Brasília, o que, na avaliação do grupo, dificultaria a coleta de novas assinaturas e o alcance de maior apoio político à proposta.
O líder da minoria na Câmara, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), afirmou que a estratégia agora é ampliar o número de adesões antes do protocolo. De acordo com ele, já foram reunidas assinaturas de cerca de 100 deputados e 14 senadores, ainda que o pedido de impeachment não exija quantitativo mínimo para ser apresentado.
Mesmo sem essa obrigatoriedade, o parlamentar disse que a meta é alcançar ao menos 200 assinaturas, como forma de conferir “força política” ao requerimento e demonstrar capilaridade da iniciativa dentro do Congresso.
Dados do sistema de acompanhamento legislativo do Senado indicam que atualmente tramitam 44 pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. A decisão sobre a admissibilidade dessas solicitações cabe à Presidência do Senado, que pode arquivar ou dar seguimento aos processos.

