Campanha da Havaianas vira alvo de boicote por bolsonaristas após frase sobre não começar 2026 com o “pé direito”

Campanha da Havaianas com Fernanda Torres

A campanha de fim de ano da Havaianas, estrelada pela atriz Fernanda Torres, virou alvo de uma ofensiva nas redes sociais neste domingo (21), após ser interpretada por políticos e militantes da direita como uma provocação política. No comercial, Torres afirma que não quer que as pessoas comecem 2026 “com o pé direito”, mas “com os dois pés”, e o tema chegou a figurar entre os assuntos mais comentados nas plataformas, com pedidos de boicote e incentivo à troca da marca por concorrentes.

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Na peça, a atriz diz: “Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada contra a sorte. Mas, vamos combinar, sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés”. A participação de Fernanda Torres também foi usada como argumento por críticos, que citaram o filme “Ainda Estou Aqui”, sobre a ditadura militar, vencedor do Oscar de melhor filme internacional, como parte da leitura política atribuída à publicidade.

Entre as reações, o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou vídeo anunciando boicote. “Eu vou começar o ano com o pé direito sim – e não será de havaianas”, escreveu. Já o vice-líder da oposição na Câmara, Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), também divulgou vídeo se desfazendo do produto. “Havaianas faz campanha política explícita contra a direita. Seguimos firmes na defesa de Deus, pátria, família e liberdade. Por aqui, vamos de Ridder, Ipanema, Crocs e outras”, declarou.

O deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) classificou a campanha como “vergonhosa” e afirmou que seria uma ação para “provocar e dividir” perto do Natal. “Isso não é criatividade. É um desserviço à sociedade”, disse. Em outra publicação, declarou que “o Natal não combina com deboche ideológico nem com desprezo pelos valores de milhões de brasileiros”. “O povo conservador não aceita esse tipo de provocação disfarçada de publicidade e responderá do jeito mais claro possível: retirando apoio, respeito e mercado”, acrescentou.

 

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A mobilização também foi puxada por parlamentares e vereadores. A deputada Bia Kicis (PL-DF) incentivou a campanha e afirmou: “Se as Havaianas não nos querem, nós também não queremos as Havaianas”. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também criticou a campanha com um trocadilho: “Havaianas, nem todo mundo agora vai usar”.

Até a publicação desta matéria, a Havaianas não havia se manifestado publicamente sobre a repercussão.

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