BRASIL 247 – O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que sua candidatura à Presidência da República em 2026 é definitiva, mesmo sem o apoio do centrão, e indicou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está fora da disputa dentro do campo bolsonarista. As declarações foram dadas em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (8), um dia após o próprio senador ter sugerido que poderia desistir mediante um “preço”.
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Flávio recuou e agora diz que não há negociação possível: “É irreversível. Minha candidatura não está à venda”, afirmou. Ele havia indicado anteriormente que poderia desistir caso o pai, Jair Bolsonaro, tivesse a situação jurídica revertida e pudesse voltar às urnas. Ao tratar desse ponto, reforçou que considera esse cenário improvável e reiterou: “A única possibilidade de o Flávio Bolsonaro não ser candidato a presidente da República é o candidato ser o Jair Messias Bolsonaro”.
Sobrenome como ativo político e Tarcísio fora da equação
Questionado sobre a preferência de parte da classe política por Tarcísio de Freitas como nome do bolsonarismo, o senador afirmou que também preenche todos os requisitos para concorrer e destacou o peso de sua identidade política: “Eu também atendo a todos os requisitos [para concorrer ao Planalto], com a vantagem de que tenho sobrenome Bolsonaro”.
Flávio ainda considerou improvável uma disputa interna com Tarcísio: “Eu acho que não tem um cenário de eu ser candidato e ele ser. Seria uma ignorância muito grande, e ignorante é tudo o que o Tarcísio não é. Um cara extremamente inteligente, um cara que eu não tenho dúvida: a gente vai estar junto”, declarou.
As falas indicam que, para o senador, a presença de Tarcísio na corrida presidencial deixou de ser um obstáculo.
Candidatura “de protesto”, mas com viabilidade
Flávio Bolsonaro descreveu sua própria candidatura como “de protesto”, mas insistiu que possui força eleitoral: “Além de ser uma candidatura viável, é uma candidatura de protesto contra tudo o que está acontecendo aqui no Brasil”, disse.
Sobre o apoio partidário, afirmou que busca ampliar alianças para além do PL, mirando PP, União Brasil e Republicanos. Ainda assim, ressaltou que não depende do centrão para sustentar sua campanha: o principal ativo, segundo ele, seria a militância bolsonarista, que estaria vendo em sua candidatura “uma luz no fim do túnel”, sobretudo após um período de desânimo.
Com discurso alinhado ao núcleo duro do bolsonarismo, Flávio tenta consolidar-se como herdeiro político direto do pai, reforçando que sua presença na disputa é definitiva — ao menos enquanto Jair Bolsonaro permanecer inelegível.
