O Teatro Maestro José Siqueira, do Espaço Cultural, ainda ecoa com valores reluzentes de força cultural histórica os discursos, em especial da historiadora Glauce Burity, sobre vida e obra do ex-governador Tarcisio Burity – seguramente o Chefe do Executivo paraibano de forte influência clara pela condição de professor e intelectual no exercício do Poder.
A lista de realizações de Burity mescla o histórico de um professor catedrático com mestrado na França e Doutorado na Suíça sobre Filosofia do Direito inserido ao acaso na atividade política em 1978 – de forma indireta, depois eleito pelo voto popular em 1982 como mais votado para Câmara Federal, da mesma forma em 1986 como governador eleito.
As ações e obras de Burity são constatadas nos diversos níveis da gestão pública, a exemplo do Hospital de Traumas, os diversos conjuntos habitacionais, a exemplo de Mangabeira, Valentina, Funcionários (João Pessoa) e Malvinas (CG), etc, via Intermares, início do Costa do Sol ( hoje Polo Cabo Branco), etc, mas sua inserção mais diferenciada foi mesmo na área da cultura com a construção do Espaço Cultural, Mercado de Artesanato e investimentos na Orquestra Sinfônica elevando-a à condição de uma das 3 melhores do Brasil, além de seminários internacionais.
Serenidade opinativa
Dona Glauce expôs com detalhes as principais obras e ações de Burity constantes no livro em seu discurso sereno, firme, mas longe, sem nem sequer se referir na sua fala, ao atentado do ex-governador Ronaldo Cunha Lima sem dúvidas, fato marcante, entretanto, longe de referências.
Neste quesito, deu demonstração de altivez e superioridade por saber tratar toda temática pela premissa típica de quem adota o perdão.
Ramalho e Palmari
O presidente da Academia Paraibana de Letras, escritor Ramalho Leite, também ex-deputado estadual e aliado de Burity, se reportou a fatos da história do ex-governador, entre os quais a não promulgação da Constituinte estadual de 1988 e o fato de não ter sido nomeado Ministro do STF por birra política, entre outros assuntos.
Palmari Lucena expôs em linguagem de cordel a essência intelectual do ex-governador lembrando do orgulho quando residente nos EUA ao ver em Nova York referências de obras da Orquestra Sinfônica paraibana, assunto que chegou a comentar com o maestro Aldo Parisot.
T. Virgilius
Burity gostava muito da Filosofia do Direito, mas adorava mesmo era compor para violoncelo com o pseudônimo T. VIRGILIUS.
Ontem, aliás, uma de suas peças foi apresentada por quarteto sinfônico especial.
Um reforço em vida
Burity coincidentemente em 1978 teve como grande parceiro de gestão o reitor da UFPB, professor Lynaldo Cavalcanti, que ao fundar o Departamento de Música contratou inúmeros professores para servir também à Orquestra Sinfonica da Paraíba.
Eis, de fato, a história de um intelectual sensível na atividade política.
Última
“O olho que existe / é o que vê”

