O ano em que o mundo travou

A queda da AWS e o alerta sobre nossa dependência digital

Amazon Web Services (AWS)
Foto: Kabir Jhangiani/NurPhoto via Getty Images

Ontem, a Amazon Web Services (AWS), o maior provedor de nuvem do planeta, falhou.
Um erro no sistema de DNS na região da Virgínia (EUA) derrubou parte da internet global em minutos.
Hospitais, bancos, redes sociais e aplicativos pararam.
Durante horas, o planeta ficou sem o ar que alimenta a economia digital.
A coleta de dados da Ativaweb DataLab registrou impacto em mais de quarenta países.
Foi o dia em que a nuvem caiu e o mundo lembrou que o digital também tem limites.

O mais grave é que a base da internet mundial está nas mãos de poucas empresas.
Quando uma falha, o planeta inteiro sente.
Amazon, Google, Microsoft, Meta e SpaceX concentram boa parte dos sistemas que movem governos, bancos e comunicações.
A queda da AWS foi o alerta mais claro de que o futuro da conectividade global está excessivamente centralizado.

Mas o problema não começou ontem.
Nos últimos meses, o mundo enfrentou uma sequência de falhas que expuseram o mesmo ponto fraco.
Em 19 de julho de 2024, uma atualização da CrowdStrike travou milhões de computadores com Windows e paralisou aeroportos, bancos e hospitais.
Dias depois, em 24 de julho de 2025, uma pane da Starlink deixou regiões inteiras sem internet.
E em 14 de outubro, o Brasil viveu um apagão nacional que mostrou o óbvio: sem energia, o digital morre junto.

A CrowdStrike mostrou o perigo do erro de software.
A Starlink provou que nem o espaço é imune.
O apagão brasileiro lembrou que o físico e o digital são inseparáveis.
E a AWS escancarou que a nuvem também cai.

Na Ativaweb, chamamos isso de risco sistêmico digital quando o mundo inteiro depende das mesmas infraestruturas.
Um único erro vira um colapso global.
Não existe nuvem. Existem máquinas, cabos, energia e pessoas.
E quando qualquer uma dessas partes falha, o sistema todo desaba.

É hora de repensar a infraestrutura digital com a mesma seriedade com que tratamos energia e transporte.
O futuro não depende só de inovação, mas de resiliência.
2025 mostrou o tamanho da nossa vulnerabilidade.
E basta um erro para o mundo travar de novo.

“A queda da AWS fechou um ciclo de falhas que expôs a dependência do planeta de poucas empresas. Quando uma para, o mundo inteiro sente.” Alek Maracajá

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