Artesanato em couro movimenta até R$ 40 mil por mês em Cabaceiras e artesãos viram peça-chave para a economia local

Casa do Artesão, Rota do Couro e Festa do Bode Rei consolidam a “Roliúde Nordestina” como referência cultural e comercial no Cariri paraibano.

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOM

A cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano, mais conhecida como a “Roliúde Nordestina”, tem se consolidado não apenas como cenário de filmes e por suas paisagens como o Lajedo de Pai Mateus, mas também pelo crescimento do artesanato em couro. A cidade ganhou novos pontos turísticos, como a Casa do Artesão João Batista de Sousa (Zé Pombo), o fortalecimento da Rota do Couro, além de ter bastante visibilidade durante a Festa do Bode Rei.

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOM

Inaugurada em setembro de 2024, no antigo prédio do Banco do Brasil, a Casa do Artesão abriga a produção de 95 artesãos de Cabaceiras, funcionando como espaço de exposição e comercialização, segundo Tiago Castro, ex-prefeito do município.

“Quando a gente idealizou a Casa, só 14 artesãos quiseram colocar seus produtos. Hoje já são 95. No início, pensamos em vender R$ 5 mil no mês, mas logo no primeiro mês as vendas chegaram a R$ 22 mil, e depois a quase R$ 30 mil. Hoje, a média é de R$ 35 a R$ 40 mil mensais. Esse dinheiro volta para os artesãos, que antes só conseguiam vender em festas, como a do Bode Rei, e agora têm renda todo mês”, explicou Tiago.

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOM

Segundo ele, o espaço também se conecta ao turismo. Visitantes que chegam para conhecer pontos como o Lajedo de Pai Mateus ou participar da Festa do Bode Rei encontram na Casa um lugar para levar lembranças culturais do município.

Entre os artesãos locais, o couro tem papel central. Júnior Souza, fundador do Ateliê JRS, começou reaproveitando sobras de couro que iriam para o lixo, transformando-as em chaveiros. Hoje, produz bolsas, coletes e outros acessórios.

“Eu comecei fazendo chaveiros com a sobra do couro. Fui percebendo que dava para criar peças melhores e agregar valor. Hoje produzo bolsas que remetem à nossa cultura nordestina e à nossa história”, disse Júnior.

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOM

Júnior lembra ainda que Cabaceiras já teve um período de intensa produção de chapéus de couro, abastecendo feiras em Caruaru e Cachoeirinha, e que esse saber vem se reinventando para dialogar com o turismo e o design moderno.

Foto: Lara Ribeiro/ Portal WSCOMabac

A tradicional Festa do Bode Rei, realizada em junho, funciona como grande atrativo para o artesanato cabaceirense. O evento alcança milhares de turistas, além de ser possível encontrar gibões, chapéus, bolsas, entre outras peças.

Para Tiago Costa, projetos como a Rota do Couro e a Casa do Artesão sinalizam novos rumos. “A gente está numa rota turística. Os turistas passam, conhecem nossa cultura e levam uma lembrança do município. O artesanato deixou de ser sazonal e se tornou parte da economia local”, destacou.

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