O Fest Aruanda encerra nesta quarta-feira (10) a sua 20ª edição com uma noite de celebração ao cinema e à música paraibana, marcada pela premiação das mostras competitivas nacional e regional e por um tributo especial a Geraldo Vandré. A programação é gratuita e acontece a partir das 19h30, no Cinépolis do Manaíra Shopping, em João Pessoa, onde, em vez do tradicional longa de encerramento, o festival escolheu dedicar o palco à obra e à trajetória do compositor.
A grade desta noite, porém, começa mais cedo, às 17h, com a exibição de dois curtas-metragens: “Quando Sair Lá Fora Serei Ana”, de Jamila Facury e Edson Lemos, e “Um Oceano Inteiro”, de Bruna Dias e Carine Fiúza. A escolha reforça o compromisso do festival em valorizar novas narrativas do audiovisual brasileiro, antes de voltar seu foco a um nome consagrado como Vandré, cuja presença em João Pessoa, aos 90 anos, é tratada pela organização como um acontecimento raro e simbólico.
Geraldo Vandré já havia sido homenageado pelo Aruanda há dez anos, em reconhecimento à sua participação na trilha sonora do clássico “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (1965), de Roberto Santos. Conhecido pelo temperamento reservado e pela distância em relação aos holofotes, o artista aceitou retornar à Paraíba para celebrar o aniversário e acompanhar a edição comemorativa do festival. Segundo o coordenador do evento, Lúcio Vilar, o compositor tem planos musicais para 2026, que devem ser anunciados em breve, o que adiciona expectativa ao tributo preparado para esta noite.
Entre os destaques deste ano, Lúcio sublinha a estreia bem-sucedida do Aruanda Praia, que levou o festival para a orla de Tambaú. Em um palco montado na praia, o público pôde assistir a documentários sobre Sidney Magal e Raul Seixas e, em seguida, acompanhar shows de Magal e da DJ Vivi Seixas, filha do roqueiro baiano. Idealizado ainda na pandemia e abraçado pelo governador João Azevêdo e pelos secretários Pedro Santos e Nonato Bandeira, o projeto deve ganhar continuidade: a organização pretende anunciar, na solenidade de encerramento, a realização do Aruanda Praia II em 2026, com proposta ainda mais robusta.
Para o coordenador, a 20ª edição consolida uma mudança de escala e de conceito: além de ampliar a presença do festival em diferentes segmentos do audiovisual, o Aruanda passou a ocupar novos espaços da cidade, reforçando a democratização do acesso. Ao levar parte da programação para fora do shopping e alcançar o público nas areias de Tambaú, o evento aproximou o cinema de pessoas de diferentes perfis sociais, movimento que, segundo Lúcio, deve orientar outras ações descentralizadas nos próximos anos.
A programação desta quarta também contempla a formação de novos olhares. Pela manhã, às 10h30, o Fest Aruanda realiza a Sessão Especial Escola Pública, no próprio Cinépolis, dedicada a produções de instituições de ensino da rede pública. Serão exibidos os curtas “Dos Primeiros aos Últimos” e “Horas Perdidas”, fruto de uma parceria com o Cineclube Ferris, da Escola Cidadã Integral Técnica Maria Honorina Santiago, em Santa Rita, sob coordenação do realizador William Bezerra. Com esse recorte, o festival encerra sua edição comemorativa reafirmando o compromisso com memória, inovação e formação de plateia.
Com informações do jornal A União.
