Como a Pantone transformou a “Cor do Ano” em influência global e negócio milionário

De assinaturas digitais a consultorias estratégicas, passando por parcerias com marcas como Tiffany e produções como Minions, a empresa consolidou um modelo de negócios que dita tendências no design mundial.

Foto: Reprodução

Todo ano a Pantone anuncia a sua “Cor do Ano”, impactando o mercado como um indicativo das tendências de moda, decoração, marketing e design. Segundo a própria empresa, mais de 10 milhões de designers e fabricantes ao redor do mundo utilizam seus padrões de cor para manter a consistência visual em produtos e campanhas. Para 2025, a cor escolhida foi Mocha Mousse, um tipo de marrom, descrito pela empresa como evocador de conforto e reminiscente de cacau e café.

Quanto custa usar as cores Pantone?

Para acessar toda a paleta dentro de softwares profissionais, é necessário contratar o Pantone Connect, que custa cerca de US$ 15 por mês ou US$ 90 por ano. Além disso, muitas empresas ainda dependem dos guias físicos, ferramentas essenciais para gráficas, indústrias e estúdios, que no Brasil variam entre R$ 1.800 e R$ 5.000, dependendo do conjunto escolhido.

O Pantone Color Institute oferece consultoria especializada para marcas incluindo: paletas exclusivas, tendências futuras e alinhar lançamentos a comportamentos de consumo. A consultoria envolve psicologia da cor, estudos de comportamento e análise de mercado. O valor dessas consultorias não é divulgado publicamente.

A Pantone estrutura sua atuação em três pilares: licenciamento, assinaturas de produtos e consultoria de tendências. A empresa não divulga dados detalhados sobre faturamento anual, nem quanto a Cor do Ano representa em receita direta.

O poder de “registrar” uma cor foi usado por grandes marcas. Um exemplo clássico é a Tiffany & Co., cuja cor-ícone, o famoso “Azul Tiffany”, foi padronizada pela Pantone como parte da identidade visual da marca, garantindo consistência da cor em jóias, embalagens e comunicação.

O alcance também já foi além da moda ou do varejo: segundo registro da própria Pantone, em 2015 a produtora do filme Minions recorreu à empresa pedindo a criação de um amarelo específico para os personagens. A Pantone desenvolveu o tom inspirado em banana e padronizou a cor.

A venda em 2007 e o salto empresarial

Em outubro de 2007, a Pantone foi adquirida pela empresa americana X-Rite por US$ 180 milhões, um marco que permitiu à empresa expandir ainda mais suas soluções de gestão de cores, contemplando impressão, design digital, têxteis, plásticos e muitas outras aplicações industriais.

Essa união de expertise técnica (da X-Rite) com a autoridade de padrão da Pantone permitiu à marca antecipar tendências, padronizar cores globalmente e diversificar suas fontes de receita.

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