Datafolha: 54% dizem que Bolsonaro tentou fugir ao danificar tornozeleira; 33% veem surto paranoico

Jair Bolsonaro com tornozeleira
Foto: Divulgação/Assessoria de Jair Bolsonaro

BRASIL 247 – A maioria dos brasileiros acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou fugir ao danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava por ordem judicial, segundo pesquisa Datafolha. O episódio ocorreu antes da decretação da sua prisão preventiva e gerou forte repercussão política e jurídica no país.

De acordo com o levantamento, 54% dos entrevistados avaliam que Bolsonaro se preparava para uma fuga, enquanto 33% concordam com a versão apresentada por sua defesa, de que ele sofreu um surto paranoico. Outros 13% afirmaram não saber ou preferiram não opinar.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios, entre os dias 2 e 4 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O recorte regional mostra diferenças importantes na percepção da população. No Nordeste, 61% dos entrevistados apostam na hipótese de tentativa de fuga. Já nas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, 40% acreditam que o ex-presidente estaria em um surto no momento em que danificou o equipamento de monitoramento.

Entre eleitores, o tema também revela forte polarização. Entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno de 2022, 66% defendem que Bolsonaro tentava fugir. Já 66% dos eleitores do ex-presidente concordam com a tese de que ele sofreu um surto paranoico.

O levantamento também mostrou variações por faixa etária e perfil religioso e econômico. Entre jovens de 16 a 24 anos, 60% afirmam que o ato teve como objetivo facilitar uma possível fuga. Entre os mais ricos, 40% consideram verdadeira a versão do surto, enquanto 46% dos evangélicos também se inclinam para essa explicação.

Entendimento do STF

Na decisão que determinou a prisão preventiva de Bolsonaro em 22 de novembro, o Supremo Tribunal Federal sustentou que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica para “garantir êxito em sua fuga”.

A medida foi solicitada pela Polícia Federal e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. De acordo com a Corte, a tentativa de danificação do equipamento ocorreu por volta da meia-noite.

Versão da defesa

Durante a audiência de custódia realizada no dia seguinte à prisão, Bolsonaro apresentou sua versão dos fatos. Questionado pela juíza auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes, Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, o ex-presidente afirmou ter vivido um período de instabilidade mental.

Ele declarou que teve uma “certa paranoia” e associou o episódio ao uso de medicamentos prescritos por médicos diferentes, que teriam interagido de forma inadequada. Bolsonaro também relatou que vinha apresentando sono irregular.

Segundo seu relato, ele mexeu na tornozeleira utilizando um ferro de solda por ter curso de operação desse tipo de equipamento, mas afirmou que interrompeu a ação após “cair na razão” e comunicou o fato aos agentes responsáveis por sua custódia, versão que segue sendo analisada pelas autoridades.

Até o momento, a defesa reafirma que não houve intenção de fuga e sustenta que o episódio foi resultado de um quadro episódico de desorientação.

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