MP denuncia juiz e advogado por manipulação de processos e lavagem de dinheiro em Gurinhém

Magistrado é acusado de favorecer fraudes contra aposentados e pensionistas; MP pede R$ 1 milhão por danos morais coletivos

Glauco Coutinho Marques
Juiz Glauco Coutinho Marques. Foto: Divulgação/TJ da Paraíba

O juiz Glauco Coutinho Marques, da Comarca de Gurinhém, no interior da Paraíba, foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Retomada, que investiga um esquema de manipulação de decisões judiciais e fraudes em processos envolvendo aposentados e pensionistas. O magistrado está afastado das funções.

De acordo com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), o juiz atuava em conjunto com o advogado Adão Soares de Sousa e o médico Diego Otávio Melo Coutinho, filho do magistrado, que seria usado como “laranja” para ocultar valores ilícitos. O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) aponta que Glauco Marques emitia decisões que beneficiavam associações formalmente constituídas, mas que, na prática, funcionavam como instrumentos de fraudes financeiras.

As investigações revelam que o magistrado teria proferido decisões de forma atípica e célere, muitas vezes em segredo de justiça, sem ouvir o Ministério Público. Essas medidas resultaram na reativação de créditos ilegítimos, na ampliação de limites de empréstimos consignados e até na exclusão de registros negativos em cadastros de inadimplentes, permitindo que devedores voltassem a ter acesso ao crédito.

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O MP afirma que minutas de decisões judiciais eram redigidas no escritório do advogado Adão Soares, que teria protocolado mais de 440 ações na Vara Única de Gurinhém. A perícia localizou documentos que comprovariam a origem das sentenças.

O Ministério Público pede R$ 1 milhão em indenização por danos morais coletivos e destaca que o juiz já responde a outros três processos criminais, por suspeita de desvio de verbas públicas e fraudes em licitações.

“A análise do acervo probatório evidencia que não se trata de episódios casuais, mas de um método reiterado e sistemático de corrupção e desvio funcional”, aponta a denúncia.

O Tribunal de Justiça da Paraíba determinará se o processo será recebido e se haverá abertura de ação penal contra os acusados. As defesas dos envolvidos ainda não se manifestaram.

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