Um depoimento histórico sobre José Targino Maranhão; “Quase cinco anos sem José!”, por Fátima Bezerra Maranhão

Em texto emocionado, Fátima Bezerra Maranhão revive memórias do ex-governador e senador, ressaltando sua liderança, humanidade e legado para a Paraíba.

Fátima Bezerra e José Maranhão (Foto: Reprodução)

Nasceu aos 11 de agosto de 1935! No registro cartorário constou como dia de nascimento 6 de setembro de 1933. Essa divergência de datas era comum nas cidades do interior do nordeste, quando a família se demorava a ir ao Cartório. E o batistério? Monsenhor Joaquim Simões tratou de resolver.

Veio ao mundo sob o signo de leão, e como lhe cabia bem!
José Targino Maranhão exalava nobreza, galhardia, carisma , bondade, otimismo, coragem.
Vivendo ao seu lado, frequentei o melhor pós doctor em assuntos de vida. Líder nato, suas lições eram de resiliência e, ao mesmo tempo, determinação. Sabia comandar sem pressionar, deixando livre o seu comandado para executar o que lhe havia instruído.

Tinha tantas virtudes, que faltou quem conseguisse seguir à risca a sua trajetória. Creio – posso estar equivocada – que raros são os grandes personagens da história que deixaram discípulos conforme a figura do mestre. São pessoas únicas!

Estaria, hoje, entre 90 a 92 anos. Mas estará pra mais de 100 enquanto for lembrado por alguém.

Não são poucos a me dizerem: parece que o Senador está viajando … ou como ele brincava: “vou ali e volto já. Vou pegar maracujá!“

Rastros seus, eu encontro. Em tudo o que faço e em tudo o que penso. Nos filhos e nas terras. No ar e no mar. No anseio que tinha de fazer feliz as pessoas que estavam ao seu redor: de mim ao motorista. Do profissional competente que se destacara ao desconhecido eleitor.

Um democrata do seu universo. Um idealizador do bem para todos!

Tanto que suas últimas palavras no leito de morte foram: “vacina para o povo!“. Não mais lhe serviria, pois, sofrendo com as sequelas, já se libertara do vírus da COVID. Porém, como humanista e estadista que foi, tinha a visão dos benefícios das vacinas, e gostaria de ter visto a sua distribuição para todos.

Neste momento político, seria importante sua presença, bastaria um voo em céu de brigadeiro, para que, dividindo com as estrelas a imensidão da noite, conseguisse passar para os líderes deste Estado a percepção de que no solo está o poder. Na base. No servir ao povo .

Eco, sierra! Torre ! ATC! Papa tango Delta Quilo! Permissão para pousar!

Voltei à Serra de Araruna e vou lhe reencontrar na casa de fazenda que seu pai – o Velho Beija – construiu, num simples cantinho de Cacimba de Dentro. Ponto perdido no mapa do Brasil.
Viajo e entro na cena. O padre acaba de lhe batizar e com o nome José lhe passa a benção dos escolhidos: aquele que multiplicará. Acrescentará.

Tal foi sua vida !
Quão marcante foi o seu existir!

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