Custo do metro quadrado em João Pessoa lidera o Nordeste e reflete alta nos materiais de construção

Preço médio supera estados vizinhos pelo segundo mês seguido e é puxado principalmente pelo encarecimento dos insumos, avalia economista

Foto: Reprodução

O custo do metro quadrado da construção civil em João Pessoa segue como o mais alto do Nordeste pelo segundo mês consecutivo, segundo dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), do Instituto Brasileio de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro de 2025, o valor médio na Paraíba chegou a R$ 1.836,57 por metro quadrado, colocando o estado no topo do ranking regional.

De acordo com o economista Alexandre Nascimento, o dado indica que construir na Paraíba ficou mais caro do que na maioria dos estados nordestinos, com reflexos diretos no mercado imobiliário. “O custo de materiais e de mão de obra pesa mais no orçamento de quem constrói, e isso acaba chegando ao consumidor final, com tendência de alta nos preços de venda e de aluguel dos imóveis”, explica.

A composição do custo mostra que os materiais seguem como o principal fator de pressão. Em novembro, os insumos responderam por cerca de R$ 1.095,87 por metro quadrado, enquanto a mão de obra ficou em torno de R$ 740,70. Já os preços dos materiais subiram 0,19%, enquanto que os custos com trabalhadores permaneceram praticamente estáveis.

Segundo Nascimento, para entender a alta é preciso separar dois movimentos: demanda e custo de oferta. Do lado da demanda, o economista aponta que a expansão urbana, o aumento de obras residenciais e comerciais e o crescimento do setor de serviços, especialmente em João Pessoa, ampliam a procura por imóveis e novas construções. “Com mais gente construindo ao mesmo tempo, as construtoras passam a disputar materiais, terrenos e mão de obra, o que naturalmente pressiona os preços”, analisa.

No entanto, ele destaca que, no caso da Paraíba, o principal aumento do metro quadrado vem dos custos de produção. “Os dados do Sinapi mostram que os materiais foram os principais responsáveis pela alta recente, muito influenciados por energia, transporte e logística. A mão de obra, por outro lado, ficou praticamente estável”, afirma.

O economista avalia que o cenário é misto: há demanda ativa, mas o encarecimento dos insumos tem peso maior. “Não é um único fator. Existe alguma pressão de demanda, sim, mas o principal vetor da alta são os custos de materiais e logística”, disse.

Com o metro quadrado já acima da média do Nordeste e, em alguns momentos, muito próximo da média nacional, a Paraíba começa a enfrentar desafios de competitividade. “O problema não é só o nível elevado, mas a velocidade de crescimento ao longo do ano, que foi maior do que a média do Brasil”, observa o economista.

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