O Fantástico, da TV Globo, exibiu neste domingo (7) uma reportagem revelando a trajetória de vida de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, atacado e morto após entrar no recinto de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em João Pessoa. O caso, que já havia chocado o país pela gravidade e pelas imagens, passou a ser apresentado como resultado de uma trajetória marcada por abandono, fragilidade familiar, falhas do poder público e ausência de cuidado contínuo em saúde mental.
De acordo com a reportagem, Gerson cresceu em um ambiente familiar instável, com sucessivas mudanças de lar e pouca rede de proteção. Desde cedo, apresentava sinais de sofrimento psíquico, mas o diagnóstico de esquizofrenia, transtorno mental grave que altera a percepção da realidade e compromete o julgamento e o comportamento, só veio mais tarde.
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Mesmo após internações em unidades psiquiátricas e atendimentos na rede pública, o jovem não teve acesso a um acompanhamento estruturado e permanente. A narrativa exibida pelo Fantástico mostra que ele acumulou episódios de crise, rompimentos familiares e até passagens pelo sistema prisional, evidenciando a ausência de políticas consistentes de cuidado e de reintegração social para pessoas em sofrimento mental grave.
A reportagem enfatizou que a tragédia registrada no zoológico foi o desfecho de uma série de vulnerabilidades não tratadas. Especialistas ouvidos destacaram que pacientes diagnosticados com esquizofrenia precisam de acompanhamento contínuo, acesso regular à medicação, suporte psicossocial, rede familiar fortalecida e monitoramento constante por parte dos serviços públicos, algo que, segundo o material exibido, Gerson não teve ao longo da vida.
O que é esquizofrenia?
A esquizofrenia é descrita como um transtorno mental crônico que pode provocar delírios, alucinações, alterações de pensamento e comportamento desorganizado. Sem tratamento adequado, o quadro aumenta o risco de condutas impulsivas e de exposição a situações extremas, como a que terminou com a morte do jovem na Bica.
Especialistas ressaltam a necessidade de diagnóstico precoce, tratamento contínuo e supervisionado, acompanhamento familiar e social, fortalecimento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e integração efetiva entre saúde mental, assistência social e educação. Também defendem planos de cuidado individualizado e monitoramento específico para pacientes em situação de maior risco, evitando que trajetórias marcadas por vulnerabilidade terminem em desfechos trágicos.
