João Lobo confirma lançamento do Curta “ Itacoatiara Ingá”dia 3 de dezembro no Festival ARUANDA

O trabalho propõe uma abordagem poética e visual do projeto ÍNDICE Itacoatiara Ingá, originalmente concebido como uma exposição fotográfica, um catálogo e um filme. 

Estreia do curta-metragem do fotógrafo e artista visual João Lobo acontece em dezembro, em João Pessoa (Foto: Divulgação)
Itacoatiara Ingá é o novo  curta-metragem assinado pelo multiartista visual paraibano João Lobo, atualmente residindo em Lisboa/Portugal está com estréia para acontecer dia 3 de dezembro durante o 20o Festival ARUANDA, em João Pessoa.
O filme conta com música original de ELI-ERI MOURA ainda tendo criação, argumento e roteiro de João Lobo, mais a produção executiva no Brasil por Rildo Jr e de Rodrigo Betencourt da Câmara na produção executiva em Portugal e Espanha. Há ainda a OLW produção no Brasil e ART DISPERSION produção em Portugal e Espanha.
O QUE É
O curta-metragem (9’) propõe uma abordagem poética e visual do projeto ÍNDICE Itacoatiara Ingá, originalmente concebido como uma exposição fotográfica, um catálogo e um filme.
A exposição apresentada no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, em setembro de 2022, com exibição prevista para o Museo Nacional de Antropologia da Espanha em 2026, é a plataforma fundamental desse trabalho, a ser dimensionada por esta produção cinematográfica.
Assim como a mostra, o filme se estrutura a partir do diálogo entre passado, presente e futuro, tomando como ponto de partida as enigmáticas inscrições rupestres da pedra do Ingá, na Paraíba.
Em lugar de oferecer explicações ou interpretações sobre esses registros milenares, opta por uma abordagem sensorial, que reconhece a opacidade dessas formas e propõe um espaço de reflexão visual e simbólica.
Dividido em três movimentos, o filme estabelece uma travessia temporal conduzida pela presença da água — elemento simbólico de memória, fluxo e transformação.
No primeiro movimento, a câmera acompanha o curso do rio Bacamarte em sentido contrário ao da correnteza, em direção às pedras e seus signos ancestrais. A água, aqui, é fio condutor e metáfora: conecta temporalidades, dissolve fronteiras lineares, reinscreve o tempo como matéria fluida.
A concepção visual do filme é construída a partir de gestos cuidadosos: movimentos de câmera lentos e percussivos, que buscam evocar a densidade sensorial do passado, a enigmática singularidade no presente e prospecção expecta do futuro.
A presença da luz e da sombra assume papel central — a imagem fecha-se sobre um detalhe da pedra, revela um símbolo, desfoca suas bordas, mergulha em zonas escuras, abrasivas, em que o ruído e a textura constituem parte da própria linguagem do filme. Essa indefinição imagética expressa uma tentativa de tocar o irrepresentável, o não decifrado, o real que se dissolve no tempo.
Não se pretende aqui oferecer uma leitura das inscrições, mas, ao contrário, abrir um espaço para o imaginário, onde as imagens atuam como símbolos não resolvidos.
A estrutura do filme recusa a linearidade, propondo uma montagem que favorece o deslocamento do olhar e a abertura de sentidos. O gesto visual é o de problematizar, não concluir — posicionar a pedra como enigma ativo, como campo de força e provocação interpretativa.
Ao integrar o pensamento fotográfico com a linguagem cinematográfica, este curta propõe uma meditação sensível sobre o tempo, a imagem e a memória. Um convite à contemplação e à concepção visual de um monumento cuja linguagem milenar permanece em suspensão, entre o visível e o não decifrado.

Mais Posts

Tem certeza de que deseja desbloquear esta publicação?
Desbloquear esquerda : 0
Tem certeza de que deseja cancelar a assinatura?
Controle sua privacidade
Nosso site utiliza cookies para melhorar a navegação. Política de PrivacidadeTermos de Uso
Ir para o conteúdo