O Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro, além de ser feriado nacional, marca uma história de luta racial e valorização da população negra brasileira. Embora a população negra tenha conquistado uma série de direitos, a luta pelo fim do racismo e da desigualdade não diminuiu, principalmente quando analisado o cenário socioeconômico que mais da metade da população está inserida.
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De acordo com a pesquisa “Diversidade de Gênero e raça de administradores e empregados de empresas de capital aberto”, produzida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGE), realizado em 2024, as posições de liderança em grandes empresas ainda são majoritariamente (82,6%) ocupadas por pessoas brancas.
A porcentagem de pessoas pretas acende um alerta: apenas 0,5% ocupam posições de liderança. Pardos e amarelos também são minoria, aparecendo 3,4% e 1,1%, respectivamente.
Nas diretorias a diferença consegue ser ainda maior. Enquanto brancos ocupam 85,8%, pretos aparecem em apenas 0,3%.
Cargos públicos
O Ministério da Desigualdade racial apontou que cargos públicos também apresentam o que foi intitulado de “funil racial”. Segundo dados do Observatório Presença Negra, pessoas negras ocupam 40% do quadro do Executivo Federal e 28% do Judiciário, sendo que se concentram em cargos de nível médio (51%) e somam apenas 33% dos cargos de nível superior.
Disparidades salariais e de percurso também foram apontadas pelo relatório – ou seja, servidores negros estão trabalhando mais e recebendo menos.
Em média, as pessoas pretas dentro de cargos públicos recebem cerca de 21% menos que os brancos e acumulam aproximadamente 8% a mais de tempo de serviço.
Abrindo seu próprio espaço
Com a desigualdade acentuada no meio corporativo, a população negra está abrindo seu próprio espaço no mercado de trabalho através do empreendedorismo. Apenas na Paraíba, 305.719 negócios são liderados por pessoas pretas.
De acordo com o relatório técnico “Empreendedorismo negro” do Sebrae, a partir de dados do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria dos empreendedores do estado são pretos, o que corresponde a 64,7% dos negócios paraibanos.
