Turismo avança na Paraíba, mas pressão ambiental expõe desafios e reforça urgência por práticas sustentáveis

Com aumento no fluxo de visitantes e maior geração de resíduos, municípios buscam soluções para equilibrar expansão turística e preservação ambiental

O crescimento do turismo segue impulsionando a economia paraibana, aumentando a visibilidade do estado no país. Porém, junto com os benefícios, surgem cada vez mais impactos ambientais, como o aumento do consumo de recursos naturais e a sobrecarga sobre ecossistemas frágeis. Apenas em janeiro de 2025, o Aeroporto Internacional Castro Pinto recebeu 181.402 passageiros, alta de 4,68% em relação ao mesmo período do ano anterior, dados que, embora positivos economicamente, afetam a sustentabilidade.

Entre os efeitos mais imediatos da alta estação está a geração de resíduos. Dados fornecidos pela Emlur ao Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação revelam que, em janeiro e fevereiro, a produção de lixo cresce cerca de 30%. Em média, João Pessoa produz mil toneladas de resíduos por dia, mas esse número sobe para 1,3 mil toneladas durante o veraneio. Um terço desse total, 433 toneladas diárias, corresponde a descarte irregular, que gera custos superiores aos da coleta feita de forma correta.

O superintendente da Emlur, Ricardo Veloso, afirma que o setor de hospedagem e alimentação tem cooperado para melhorar o manejo de resíduos. Ele explica que a orientação é organizar o descarte próximo ao horário da passagem do caminhão e separar o lixo orgânico do material reciclável. Segundo ele, essas ações vêm ampliando a coleta seletiva e fortalecendo a gestão ambiental na cidade.

Além das capitais da região, o interior também vem se consolidando como alternativa turística. No início de 2025, a Paraíba passou a ter 80 municípios reconhecidos oficialmente pelo Mapa do Turismo Brasileiro, ampliando a visibilidade do estado, mas também reforçando a necessidade de um modelo de turismo mais consciente.

Enquanto destinos de natureza ganham força no interior, João Pessoa ainda não possui dados específicos sobre a procura por ecoturismo, segundo a Secretaria de Turismo. Na orla, no entanto, a alta estação segue aquecida: são quase 13 mil leitos, com cerca de 90% de ocupação média até o carnaval de 2026. Com hotéis, bares e restaurantes cheios, cresce também a responsabilidade ambiental dos estabelecimentos.

O secretário-executivo de Turismo da capital, Daniel Rodrigues, explica que a prefeitura, junto com a Associação de Hotéis da Paraíba, tem trabalhado para incentivar boas práticas, como reaproveitamento de água e uso de energia solar não apenas nos hotéis, mas também em bares, restaurantes e quiosques da orla.

Já na área urbana, iniciativas buscam proteger áreas remanescentes de Mata Atlântica, como o Bosque das Nascentes, espaço de conservação próximo ao Centro da capital. Com apoio do Instituto Lixo Zero, moradores, turistas e gestores públicos atuam juntos para combater o descarte irregular de resíduos nas trilhas e no entorno da área verde.

As estatísticas reforçam a pressão crescente sobre o setor. De acordo com a Pnad do IBGE, as viagens domésticas tendo a Paraíba como principal destino cresceram 7,3% em 2024, totalizando 339 mil deslocamentos. O avanço segue constante desde 2020. Além disso, até maio de 2025, o estado registrou aumento de 22,3% no número de turistas estrangeiros.

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