O varejo é um dos setores de maior destaque na Paraíba – com um crescimento de 11,4% de vendas em 2024, o segundo maior do país. Dentre os segmentos que mais cresceram no ano passado, o de hiper e supermercados chama a atenção. Para manter a relevância e o fluxo de vendas, os novos e antigos comércios do segmento precisam estar inseridos nas tendências do mercado e se adaptar a novas tecnologias.
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Em uma entrevista exclusiva ao Portal WSCOM, o superintendente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Damião Evangelista, afirmou que o comportamento do consumidor paraibano está voltado a produtos do dia dia, com bom custo-benefício e o abandono de itens e marcas mais sofisticadas.
“Nos supermercados paraibanos o que podemos perceber é que os itens do dia a dia continuam com alta procura, enquanto produtos de linha premium não têm sido tão expressivos em comparação. O consumidor está mais atento ao bolso e, quando precisa escolher, ele troca de marca e faz novas escolhas buscando o melhor custo-benefício. Assim, as categorias básicas ficam mais estáveis, mas aquelas consideradas mais sofisticadas acabam sentindo uma retração natural. Não é que as pessoas deixaram de comprar, mas elas estão ajustando o carrinho para o que realmente cabe no orçamento”, explicou.
Essa busca por equilibrar as contas na hora das compras faz com que o consumidor também acabe optando por uma variação maior de marcas. De acordo com Damião, os produtos de marcas próprias dos supermercados ganham espaço nos carrinhos devido ao custo mais baixo.
Adesão da tecnologia
A tecnologia é um dos principais aliados do varejo para otimizar a operação, reduzir desperdícios e até mesmo entender o comportamento do cliente. Segundo Damião, muitas lojas se organizam através de aplicativos que atuam desde o operacional até na na organização para os próximos meses.
“Os aplicativos ajudam a entender o comportamento do cliente, organizar promoções e facilitar a compra. Além disso, ferramentas de análise e sistemas inteligentes permitem prever melhor a demanda, ajustar o estoque e reduzir desperdício. Tudo isso deixa a operação mais eficiente e dá mais segurança na hora de planejar a operação e o abastecimento das lojas”, explicou.
Com a manutenção interna mais eficiente, a experiência do consumidor também é impactada, consequentemente. “A equipe trabalha de forma mais tranquila porque as ferramentas ajudam a evitar improvisos. Com isso, a produtividade aumenta e o serviço fica mais alinhado às expectativas do consumidor”, continuou.
Mercado de trabalho
A demanda por novos funcionários também é impactada pelo desenvolvimento do setor. O superintendente explica que as vagas que são abertas atendem uma grande parcela da população devido a diversidade de atividades – incluindo desde trabalhadores com experiência até quem está ingressando no mercado de trabalho. Confira as vagas com maior demanda:
- Operadores de caixa
- Repositores
- Açougueiros
- Padeiros
- Estoquistas
- T.I
- Logística
No entanto, mesmo com a grande oferta de vagas diversificadas, o setor ainda encontra alguns empecilhos na hora da contratação, principalmente para áreas que demandam conhecimento técnico, como açougue e padaria.
“Esse é um desafio nacional e hoje o Brasil tem cerca de 357 mil vagas abertas no setor. Para lidar com isso, as redes têm investido em capacitação interna, parcerias com instituições de ensino e programas de formação prática. A ideia é preparar profissionais dentro da própria empresa para suprir as necessidades que vão surgindo e criar um time diferenciado”, concluiu o superintendente.
