Planejamento financeiro ajuda PJs a garantir “13º salário” no fim do ano

Sem direito ao benefício previsto na CLT, profissionais autônomos recorrem à organização e à disciplina para criar o próprio bônus anual

Foto: Bench Accounting/Unsplash

Com o aumento do número de profissionais contratados como pessoa jurídica (PJ), cresce também a preocupação com a falta de benefícios trabalhistas, como o 13º salário. Sem vínculo empregatício formal, esses trabalhadores não têm direito ao pagamento adicional no fim do ano e precisam se planejar financeiramente para não comprometer o orçamento.

De acordo com a Swile Brasil, o número de profissionais que atuam sob o regime PJ aumentou 38% nos últimos três anos, impulsionado pela flexibilização nas contratações e pela expansão do trabalho remoto. 

Um levantamento da UOL Economia indica que, para equiparar o valor de benefícios garantidos a empregados CLT, como 13º e férias, um trabalhador PJ que receba R$ 2.846 por mês precisa poupar cerca de 16% da renda mensal ao longo do ano. Já estimativas do Valor Investe apontam que, para compensar os encargos e benefícios não recebidos, o rendimento de um PJ deve ser em média 20% superior ao de um profissional contratado via CLT.

Estratégias para criar o próprio bônus

Especialistas em finanças pessoais recomendam que profissionais PJ adotem práticas de gestão semelhantes às de empresas. Segundo orientação publicada pela Sees Contabilidade, é essencial definir um valor fixo de retirada mensal, tratando o restante como reserva para metas específicas, como férias ou um “13º particular”.

O controle das finanças também deve incluir a separação dos valores destinados a impostos, contabilidade e custos operacionais, evitando confundir faturamento com lucro. A consultoria Spacess destaca que esse tipo de organização contribui para evitar desequilíbrios orçamentários, especialmente em períodos de menor faturamento.

Outra recomendação é automatizar a poupança mensal. O método consiste em transferir automaticamente uma porcentagem do rendimento para uma aplicação de baixo risco, logo após o recebimento dos valores. A prática, conhecida como “pagar-se primeiro”, ajuda a manter a disciplina e impede que o montante destinado à reserva seja usado em despesas cotidianas.

O Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES) reforça que, além de poupar, o uso consciente do valor acumulado é fundamental. “Aplicar o 13º de forma estratégica, seja para quitar dívidas, investir ou realizar um projeto, é uma forma de garantir saúde financeira no longo prazo”, informa a entidade.

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