O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou que o banco está unindo esforços com um grande banco nacional e outras instituições para criar uma certificadora de crédito de carbono. A informação foi divulgada por Mercadante em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo (Broadcast), publicada nesta segunda-feira (10). O anúncio oficial do projeto ocorrerá na próxima terça-feira (11), em um evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-30).
Segundo Mercadante, a nova certificadora será um passo fundamental para garantir maior credibilidade e transparência ao mercado de créditos de carbono no Brasil. Ele destacou que a medida busca valorizar os ecossistemas brasileiros, especialmente a Amazônia, diante das tentativas de equiparar áreas de florestas nativas com plantações comerciais. “Não se pode comparar um hectare de floresta da Amazônia com um hectare de pinus, como querem nesse mercado”, afirmou.
Valorização da biodiversidade amazônica
O presidente do BNDES enfatizou que a biodiversidade das florestas tropicais é incomparável e representa uma riqueza essencial para o planeta. Ele defendeu que a restauração com espécies nativas deve ser priorizada, não apenas por razões ambientais, mas também econômicas e científicas.
“É importante tanto para pesquisa farmacológica, quanto para alimentação quanto para os serviços ambientais que a floresta presta para a sociedade”, declarou. Para Mercadante, a criação da certificadora é também uma forma de fortalecer a posição do Brasil em um setor estratégico e em disputa global. “A certificadora é uma disputa dura com os países do Norte”, completou.
Passo estratégico na COP-30
A COP-30, que será realizada em Belém (PA), deve servir de vitrine para o Brasil reafirmar seu protagonismo nas políticas climáticas e na transição ecológica. Com a nova certificadora, o país busca consolidar um modelo de crédito de carbono que valorize suas florestas e garanta padrões mais justos de mensuração e compensação ambiental.
O movimento liderado pelo BNDES reforça o papel do banco no financiamento de iniciativas sustentáveis e na criação de instrumentos financeiros voltados à economia verde.
