Análise revela que maioria das 5 milhões de menções na internet foi de apoio à ação policial com mais de 120 mortes no Rio de Janeiro

Oruam foi peça-chave para a repercussão da megaoperação e o debate nas redes sociais, diz ainda

Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

De acordo com dados de estudos realizados pela Agência Ativaweb e divulgados nesta sexta-feira (31), o cantor e influenciador brasileiro Oruam surgiu como a “principal voz orgânica da favela” no debate sobre a megaoperação policial que deixou cerca de 130 mortos no Rio de Janeiro na última terca-feira (28).

Repercussão digital da Operação 

A Ativaweb revelou que, até as 9h da manhã de 30 de outubro de 2025, o tema da megaoperação já havia gerado 5.308.412 menções nas redes sociais — o maior volume digital do ano em temas de segurança pública. O debate, antes regional, ganhou dimensão nacional e se transformou em um espelho emocional do país. 

Distribuição Geográfica (IDA – Brasil)

A Distribuição Geográfica mostra que cinco estados concentram quase 80% de todas as interações. O Sudeste segue dominante, mas o Nordeste mostra expansão expressiva, com um engajamento crescente em torno de mensagens de solidariedade, críticas à violência e reflexões morais sobre o papel do Estado.

Entre os cinco estados, estão o Rio de Janeiro (32,9%), São Paulo (21,4%), Minas Gerais (10,1%), Distrito Federal (8,3%) e a Bahia (6,7%).

Análise de Sentimento (ISA – Brasil)

A análise de sentimento – campo que estuda a recepção e opinião do público digital – mostrou que 50,1% das publicações apoiaram a ação das forças policiais e a ofensiva contra o crime organizado; 10,7% das publicações eram de cunho neutro e compostas por reportagens e notas oficiais; e 32,2% criticaram a condução da operação e a escalada de violência.

Influência de Oruam para a visibilidade e impacto da operação

A pesquisa revela Oruam como o artista com maior impacto orgânico do período, com números de engajamento superiores aos de MC Poze, Orochi e Bin Laden no mesmo tema. 

Indicador                                                       

Visualizações combinadas – 56,4 milhões;

Curtidas – 2,14 milhões;

Comentários – 247 mil;

Compartilhamentos – 105,6 mil;

Taxa média de engajamento (ER%) – 3,9%;

Plataformas predominantes – Instagram (68,2%), TikTok (26,4%) e X (5,4%).

Os dados do estudo também analisaram a recepção e a interpretação do público das redes sociais sobre as falas de Oruam como símbolo de resistência e crítica social.

Análise de sentimento (ISA)

Polaridade                              %              Interpretação

Positivo / Empatia            85,5%          Apoio e identificação com a fala e a causa social

Neutro / Informativo          4,2%         Perfis jornalísticos e republicações.

Negativo / Crítico              7,4%            Reações contrárias, ligadas a discursos de ordem pública.              

Dispersão Geográfica (IDA)

Entre os estados do Brasil, quatro se destacam com maior porcentagem de menções dos usuários nas redes sociais, segundo o índice de Dispersão Geográfica (IDA). São eles: Rio de Janeiro (51,9%), São Paulo (18,4%), Bahia (9,2%) e Minas Gerais (7,6%), enquanto os outros estados do Brasil representam o total de 12,9% das menções.

A Zona Norte do Rio (Penha e Alemão) concentrou quase metade das interações. Os estados de São Paulo e Bahia demonstraram forte replicação do discurso, com hashtags como #FavelaÉResistência, #PazNasComunidades e #JustiçaSocial alcançando milhões de impressões.

A pesquisa afirma que Oruam converteu a dor coletiva em engajamento social massivo e que sua estética simples, real e sem filtros geraram uma identificação imediata com o público. Mais do que um influenciador musical, ele se tornou um agente de tradução social, expressando o sentimento das periferias com autenticidade.

Na conclusão do levantamento, a Ativaweb afirma que “Oruam representa um marco na comunicação periférica brasileira. Enquanto as instituições e a mídia tradicional discutem a operação sob o viés da segurança, o influenciador trouxe a dor, a emoção e a humanização do conflito. A potência de sua mensagem confirma que as favelas se tornaram polos de opinião pública digital, capazes de pautar o debate nacional”. 

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