A Câmara Municipal de Campina Grande exonerou o ex-vereador e assessor parlamentar Cícero Rodrigues da Silva, conhecido como Cícero Buchada, após a inclusão de seu nome na lista do Ministério do Trabalho que reúne empregadores suspeitos de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão.
A exoneração foi determinada pela Mesa Diretora e ocorreu ainda em 30 de setembro, mas a decisão só foi divulgada oficialmente na noite desta quarta-feira (8). O desligamento foi confirmado pelo presidente da Câmara, vereador Saulo Germano (Podemos), que destacou que, mesmo com a presunção de inocência, a medida foi necessária por se tratar de uma função de confiança.
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Segundo o Ministério do Trabalho, Cícero Buchada seria o responsável por uma pedreira localizada no Sítio Gravatinho, zona rural de Campina Grande, onde cinco pessoas foram encontradas em situação de trabalho degradante. A lista divulgada pelo Governo Federal inclui 19 empregadores da Paraíba, com registros de infrações trabalhistas entre 2020 e 2025.
Cícero Buchada já havia exercido mandato de vereador em Campina Grande, eleito em 2012. No Legislativo municipal, ocupava um cargo comissionado de assessor parlamentar, com remuneração de cerca de R$ 3,6 mil.
Em nota, a Câmara de Campina Grande afirmou que a decisão “respeita a legalidade, a moralidade e a dignidade da pessoa humana”, destacando que o desligamento visa resguardar a imagem da instituição e permitir que o ex-assessor apresente sua defesa sem qualquer vinculação à Casa de Félix Araújo.
Nota na íntegra
A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campina Grande informa que, ao tomar ciência da presença do nome do assessor parlamentar comissionado Cícero Rodrigues da Silva em lista do Ministério do Trabalho de empregadores que supostamente submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão, imediatamente efetivou sua exoneração, o que ocorreu ainda no último dia 30 de setembro.
Ressalta a Mesa Diretora que, a despeito da devida consideração à presunção de inocência, resolveu determinar o desligamento do assessor tendo em vista tratar-se de função de confiança, e para que, diante dos fatos, possa o mesmo promover sua defesa sem qualquer vinculação à Casa de Félix Araújo, a qual, por sua natureza e desiderato, rege-se pela plena legalidade e moralidade, respeitando e buscando promover a total observância aos direitos dos cidadãos, dos trabalhadores e à ampla e irrestrita dignidade da pessoa humana.
Campina Grande, PB – 08 de outubro de 2025
Saulo Germano
Presidente