Vez em quando os bastidores da cena pública, tanto faz ser na Paraíba como no Brasil, apresentam revelações e/ou posicionamentos de personalidades a mexer no tabuleiro político. O último fato diz respeito às posturas e/ou leituras distintas entre o governador João Azevedo e o renomado empresário Eduardo Carlos no trato do papel da mídia.
Pois bem, em pleno evento da MÍDIA.COM apoiado pela Rede Paraíba de Televisão, o governador cobrou que os veículos de comunicação “deveriam se posicionar assumindo um lado para deixar claro onde está, se defende ou é contra”.
As palavras do governador obtiveram reação imediata e contestadora do empresário renomado, alegando publicamente: “Com todo respeito, acho que o governador cometeu um equívoco. O jornalismo tem um compromisso simples e desafiador: informar a sociedade com responsabilidade, rigor, verdade e buscando sempre o equilíbrio. O papel da imprensa só tem um lado: o do interesse público, em qualquer decisão tomada pelas empresas. Esse é o discurso que todos devemos assumir – disse Eduardo Carlos.
A HISTÓRIA E OS FATOS
Consta nos anais da Mídia Global um fato curioso repetido nas eleições nos EUA: o jornal The New York Times, líder americano e do Ocidente, costuma publicar em primeira página (agora no Host) seu posicionamento político em defesa de algum candidato, comumente Democrata. Na última eleição, por exemplo, o NYT apoiou publicamente Kamala Harris.
No Brasil, em particular na Paraíba, dificilmente constata-se publicamente conduta como a do NYT, embora o TRE enfrente muitos problemas com denúncias de manipulação de dados por veículos de comunicação, que não só na mídia digital.
Leve-se em conta que com o advento das Redes Sociais reproduzindo fake news de forma permanente, sempre parcial, a existência de um Laboratório de checagem de notícias, a exemplo do ALUMIA/UFPB, surja como fundamental.
A MÍDIA NACIONAL
No Brasil, é visível a existência de veículos de comunicação alinhados à linha editorial mais conservadora (pro Bolsonaro), da mesma forma outras posturas abrigando teses progressistas. Os dados provam isso. Quem é do ramo sabe qual a posição dos veículos, que têm lado em muitos casos.
Todos sabem da postura editorial conservadora, ideológica do Estadão, da mesma forma à esquerda do portal 247, como a conduta democrática e progressista da Revista NORDESTE.
Ultimamente, por exemplo, emergiu movimento ultra-conservador ideologicamente defendendo boicote à Rede Globo por abrigar notícias gerais, inclusive cobertura do Governo do PT e os problemas de Bolsonaro, diferente da fase da Lava Jato, cujo bueiro de propinas na abertura de notícias marcou época.
CASO PARAÍBA
As duas teses em conflito revelam sentimentos com opiniões diferentes, embora a disputa política tenda a querer atrair veículos para alinhamento informal porque, na prática, o TRE reage sempre ao parcialismo. Eduardo Carlos fala com razão sobre princípios, mas sabe que diversos agentes da comunicação extrapolam nesse quesito.
Esta, em tese, é a diferença do NYT para os veículos brasileiros – paraibanos, porque nos EUA, mesmo o jornal defendendo os Democratas, ele exerce cobertura plural e responsável no trato dos assuntos dos Republicanos.
O fato é que, na Paraíba, desde a Redemocratização há incidência de veículos engajados nas várias eleições, mesmo sem assumir publicamente tal condição por interesses variados.
No frigir dos ovos, todos têm razão relativa, mesmo com os princípios de EC valendo diante do que representa tantos outros diante da conjuntura política e a missão de bem informar.
Por fim, vamos manter a filosofia pelos princípios democráticos, divergindo com a práxis operacional em vários casos ainda na direção de 2026 onde, mesmo com a vigilância do TRE, o mercado convive com divergência real entre o governador e o renomado líder empresarial.
ÚLTIMA
“O olho que existe / é o que vê”

