O governador João Azevêdo (PSB) comentou nesta terça-feira (18) sobre a movimentação política recente na Paraíba, incluindo a filiação do prefeito Cícero Lucena ao MDB e as críticas feitas à sua gestão. O governador questionou a base factual das críticas e a lealdade dos aliados.
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Azevêdo ironizou a fala do deputado Hervázio Bezerra, que teria mencionado conversar com Cícero para minimizar as críticas ao governo estadual:
“Difícil compreender isso, né? É difícil entender isso, até porque o meu papel como governador é executar em todos os municípios do estado da Paraíba, as obras, implantação de política pública, daí foi o que nós fizemos. Se você rodar em João Pessoa, você vai perceber o que verdadeiramente o Governo do Estado fez em João Pessoa. Criticar por não ter feito é meio complicado”, disse.
O governador listou obras e investimentos realizados apenas na capital: “Entregamos o viaduto das Três Ruas, estamos fazendo o viaduto da BR-101. Vamos entregar essa semana a ligação do Altiplano Cabo Branco com o Hospital Universitário. Entregamos dois parques lá do Bessa. Fizemos investimentos extremamente importantes na área da saúde, como o Hospital da Mulher, que hoje atende e que salva verdadeiramente em muitas vidas aqui na cidade de João Pessoa. Ou seja, o Estado investiu desde 2019 até agora mais de R$ 5 bilhões em todas as políticas públicas no município. Então, eu confesso que eu não sei onde é que está e onde é que vai ter essa margem para fazer crítica.”
Léo Bezerra
Questionado sobre aliados de Cícero que afirmam poder votar nele, mas que o governador também receberá votos, Azevêdo demonstrou ceticismo quanto à prática.
“É, essa é uma lógica que fica complicada, ela, ela fica muito complicada. Eu duvido muito que parceiros que estejam dizendo isso subam num palanque e peça voto para mim ali no palanque deles. Você acha que isso vai acontecer na prática?”
Sobre o discurso do vice-prefeito Léo Bezerra no evento de filiação, o governador evitou comentar diretamente, mas lembrou a posição do vice-prefeito dentro do seu partido;
“É a fala de Léo. Léo, vocês têm que perguntar a posição a ele. O que eu acho eu não posso fazer comentário em cima de fala das pessoas. Evidentemente que Léo faz parte até hoje do PSB e ele tem um compromisso com o PSB. Eu disse já há muito tempo para trás, que eu só vou cobrar alguma coisa do vice-governador, do vice-prefeito quando ele estiver sentado na cadeira. Aí sim, o PSB vai cobrar”, disse.
Retirada de Adriano Galdino e críticas de Cícero
A retirada da pré-candidatura de Adriano Galdino ao governo foi classificada por João Azevêdo como uma estratégia: “Foi uma estratégia. Adriano, porque todo o processo, eu, eu reafirmei por diversas vezes que eu acreditava na unidade do grupo e que o presidente Adriano ficaria com a gente. Disse isso inúmeras vezes, não pus nunca, levantei a possibilidade dele não estar junto com a gente nesse processo. E eu isso apenas reafirmou essa condição e o presidente sabe da importância do que é construir, porque ele foi também um dos construtores desse projeto que faz tão bem a Paraíba.”
Em relação às declarações de Cícero Lucena de que não foi ouvido na base governista, o governador encerrou a discussão.
“É assunto batido, ele sabe que foi. Então, não vou discutir isso. Cada um segue o caminho que deseja. As pessoas, na verdade, são fruto daquilo que escolhe enquanto os seus próprios caminhos para caminhar. Ele fez uma escolha. Ele se aliou a pessoas que há 15 dias antes da decisão, ele chamava de adversário. Enfim, eu confesso que eu não consigo entender o que motivou, sinceramente, ele a tomar essa decisão, mas ele tomou. Isso é um fato consumado. Eu não gosto de estar remoendo coisas passadas, não”, pontuou.
Quanto à saída de membros do PSB para o novo partido do ex-aliado, o governador disse que o assunto será tratado internamente.
“Não, isso vai ser tratado internamente no partido, nós vamos ter reuniões, alguns deles inclusive já pediram reuniões comigo para que a gente pudesse tratar dessa pauta.”
