MP denuncia juiz e advogados por corrupção e favorecimento em decisões judiciais na Paraíba

Magistrado e três advogados são acusados de manipular ações e obter vantagens ilícitas; denúncia é desdobramento da Operação Retomada

Fachada do Ministério Público da Paraíba (MPPB)

O Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), denunciou o juiz Glauco Coutinho Marques e os advogados Hilton Souto Maior Neto, Henrique Souto Maior Muniz de Albuquerque, Luís Henrique de Amorim Santos e Armando Palhares Silva Júnior por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção, fraude processual e lavagem de dinheiro.

As investigações, que integram a Operação Retomada, apontam a existência de uma organização criminosa voltada à manipulação de decisões judiciais na Comarca de Gurinhém, com o objetivo de obter vantagens financeiras ilícitas. De acordo com o Ministério Público, o grupo criava associações fictícias — sem atuação real — para ingressar com ações em massa e direcionar pedidos liminares que favoreciam interesses de empresas e particulares ligados aos denunciados.

Entre as medidas supostamente concedidas de forma irregular estavam a suspensão de empréstimos consignados, o resgate artificial de créditos, a exclusão de nomes em cadastros de inadimplentes, a reativação de benefícios expirados e até a concessão clandestina de empréstimos a idosos.

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A denúncia também solicita o bloqueio de bens e o sequestro de um veículo de luxo registrado em nome de Armando Palhares Silva Júnior, mas que, segundo o GAECO, pertenceria a Hilton Souto Maior Neto. O magistrado é acusado de emitir “decisões relâmpago” para atender demandas previamente direcionadas à sua vara, recebendo em troca vantagens financeiras.

O MPPB identificou indícios de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude processual, com evidências de que o grupo se valia de endereços falsos, bloqueios irregulares de valores e homologações suspeitas de processos arquivados.

Em contato com a imprensa, a defesa de Hilton Souto Maior Neto negou qualquer participação nas irregularidades e afirmou que ele “sempre pautou sua conduta pessoal e profissional pela legalidade, ética e respeito ao próximo”.

Segunda denúncia

Esta é a segunda denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o juiz Glauco Coutinho. Em outubro, ele foi acusado em outra investigação, também decorrente da Operação Retomada, por um suposto esquema de favorecimento em decisões judiciais na mesma comarca.

Na primeira denúncia, o magistrado teria priorizado processos de um advogado específico e contado com a intermediação de um médico para viabilizar transferências financeiras ilícitas. Tanto o advogado quanto o médico foram denunciados pelo MP.

Glauco Coutinho está afastado das funções na Comarca de Gurinhém, e o Ministério Público informou que as investigações continuam sob sigilo judicial, com possibilidade de novas diligências.

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