Bares tranqulizam clientes na Paraíba após casos de metanol em bebidas; maioria de casos não foi em estabelecimentos, diz Abrasel

Casos de intoxicação se multiplicam no país; Abrasel defende maior fiscalização em fábricas clandestinas e diz que bares formais são parceiros da legalidade

Foto: Shutterstock

A falsificação de bebidas alcoólicas é um problema recorrente no Brasil há anos, segundo a Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) da Paraíba, Thâmara Cavalcanti. Apesar disso, em João Pessoa, até agora, não há registros de casos de intoxicação por metanol ou em qualquer bar associado na Paraíba em meio aos relatos que explodiram no país na última semana divulgados a partir de matéria no Fantástico, da Rede Globo, disse a presidente.

“Um estudo da USP já apontava que cerca de um terço das bebidas comercializadas no país podem sofrer algum tipo de adulteração. Apesar disso, a maior parte das ocorrências está associada a produtos adquiridos em contextos informais ou de procedência desconhecida, e não ao consumo em bares e restaurantes formais”, explicou Thâmara.

Alguns estabelecimentos, inclusive, já divulgaram notas nas redes sociais reafirmando a qualidade das bebidas alcoólicas servidas nos bares. Entre eles estão incluídos: Manga Rosa, Paralelo Pub, Recanto Jampa, Bar Seu João, Seu Antonio Bar e petiscaria, Empório Café, Brasa Espetos e Petiscos, Esperanto Boteco, entre outros.

A presidente destacou que apesar da Abrasel acompanhar com atenção os recentes casos de intoxicação, ainda não há dados concretos que indiquem um aumento estatístico significativo. 

O metanol é um álcool altamente tóxico que, quando ingerido, pode causar cegueira e até levar à morte. O Ministério da Saúde reforçou protocolos de notificação imediata e distribuiu milhares de ampolas de etanol farmacêutico, além de negociar a compra do antídoto fomepizol, para o tratamento emergencial.

A Abrasel tem investido em capacitação para donos de bares e restaurantes, de acordo com Thâmara. Em parceria com a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a entidade já treinou mais de 15 mil estabelecimentos em boas práticas de compra e identificação de falsificações.

“Estamos promovendo treinamentos gratuitos para orientar os empreendedores sobre como identificar bebidas falsificadas, adotar rastreabilidade e realizar o descarte correto de embalagens”, explica.

Além disso, a entidade recomenda que todos os bares comprem apenas de distribuidores homologados e guardem as notas fiscais, para proteger consumidores e também se resguardar juridicamente.

“É necessário reforçar as ações em fábricas clandestinas e distribuidoras irregulares, que são de fato onde a fraude começa. O setor formal já passa por diversas fiscalizações. O elo mais frágil e perigoso não pode continuar sendo ignorado”, avalia a presidente.

A associação também defende mudanças na legislação, com maior rastreabilidade, controle de procedência, responsabilização de fabricantes ilegais e campanhas permanentes de orientação ao consumidor.

Segundo Thâmara, a Abrasel local mantém diálogo constante com a Vigilância Sanitária Municipal e o Procon-JP, e deve participar de um encontro ampliado com distribuidores e autoridades nos próximos dias.

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