O ministro do Turismo, Celso Sabino, comunicou nesta sexta-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que deixará o cargo. A decisão foi tomada após novo ultimato do União Brasil, partido de Sabino, que determinou prazo de 24 horas para que seus filiados entregassem cargos ou funções comissionadas no governo federal.
O encontro entre Lula e Sabino ocorreu no Palácio da Alvorada e durou mais de uma hora. O ministro explicou os motivos da decisão, disse que gostaria de cumprir ainda algumas agendas oficiais nos próximos dias e que entregará a carta de demissão na próxima quinta-feira (25), após o retorno do presidente de Nova York. Lula viaja neste fim de semana aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU, onde fará o discurso de abertura entre os chefes de Estado.
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Deputado federal pelo Pará, Sabino está no Ministério desde julho de 2023 e teve papel de destaque na preparação da COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém. Apesar de tentar negociar com a direção do União Brasil para permanecer no cargo, o ministro não resistiu à pressão da legenda.
União Brasil em rota de colisão
A determinação para que filiados deixem cargos no Executivo veio após reportagens apontarem suposta ligação do presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda e o partido negam as acusações. Em nota, dirigentes da sigla insinuaram que o próprio governo federal teria interesse na divulgação das denúncias, já que o caso é investigado pela Polícia Federal.
Reação do governo
A presidente do PT e ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reagiu às acusações do partido em publicação nas redes sociais.
“Repudio as acusações infundadas e levianas feitas em nota divulgada hoje pela direção do União Brasil. A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade”, escreveu Gleisi no X (antigo Twitter).
Com a saída de Sabino, o governo Lula perde mais um representante de um dos principais partidos do Centrão, num cenário que aprofunda o distanciamento do União Brasil da base de apoio no Congresso.