O incêndio de grandes proporções que atinge a Serra do Cruzeiro, em São José do Bonfim, no Sertão da Paraíba, chegou ao sétimo dia nesta sexta-feira (19). Para conter as chamas, a operação ganhou reforço do helicóptero Acauã, do Grupamento Tático Aéreo (GTA), que atua com o equipamento Bambi Bucket, capaz de lançar grandes volumes de água diretamente sobre os focos de fogo.
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Segundo o tenente-coronel Danilo Galvão, cerca de 200 hectares de vegetação nativa já foram consumidos, o que representa aproximadamente metade da área total da serra. Animais de pequeno porte também foram encontrados mortos.
Força-tarefa ampliada
De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas-PB), a força-tarefa reúne mais de 70 bombeiros militares, com previsão de reforço de outros 37 profissionais, além de policiais militares e equipes de diferentes órgãos. A estrutura inclui caminhão com 12 mil litros de água, sete caminhonetes, dois quadriciclos, drones de monitoramento e dezenas de equipamentos manuais, como mochilas d’água e sopradores.
Também está em uso um sistema de monitoramento via satélite dos focos de calor, disponibilizado pelo Governo Federal. O objetivo é intensificar o combate aéreo e terrestre, que enfrenta dificuldades por causa do terreno íngreme e do difícil acesso aos pontos de incêndio.
Suspeita de incêndio criminoso
A Polícia Civil foi acionada após os bombeiros identificarem indícios de que o fogo pode ter sido provocado por ação humana. O delegado Claudinor Lúcio confirmou que já ouviu testemunhas e investiga a hipótese de que o incêndio tenha sido causado por caçadores.
“Não foi uma pessoa só (que colocou fogo). Pelo que a gente está levantando de informações preliminares, são várias pessoas que estão envolvidas nesses focos de incêndio, e pela informação que temos são pessoas provavelmente ligadas à caça de animais”, afirmou o delegado. A investigação pode incluir quebra de dados mediante autorização judicial.
Contexto e impacto ambiental
A Serra do Cruzeiro possui cerca de 400 hectares de área. Desde o último sábado (13), quando as chamas começaram, aproximadamente 40% da vegetação nativa já foi destruída. Moradores relataram que incêndios criminosos são frequentes na região, usados tanto para limpeza de terrenos quanto para facilitar a caça de animais.
A expectativa é de que a operação seja concluída ainda nesta sexta-feira (19), mas os trabalhos dependem das condições climáticas e da possibilidade de novos focos surgirem.