Dados divulgados pelo instituto Datafolha mostram um crescimento na confiança da população brasileira em relação ao ano de 2026. De acordo com a pesquisa, 69% dos entrevistados acreditam que o próximo ano será melhor do que 2025 para sua situação pessoal. O índice representa um avanço em comparação ao levantamento anterior, quando 60% dos cidadãos projetavam melhora para o período atual.
O questionamento sobre a perspectiva individual obteve as seguintes respostas: Melhor: 69%; Igual: 16%; Pior: 11%; Não souberam responder: 3%
Este crescimento interrompe uma tendência de queda observada na virada de 2024 para 2025, período em que o otimismo da população havia atingido o nível mais baixo desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A pesquisa também avaliou a expectativa dos brasileiros em relação ao cenário geral do país. Nesse quesito, 60% dos entrevistados preveem que 2026 será um ano melhor para a nação, superando os 47% registrados no levantamento de um ano atrás.
Os dados detalhados mostram que a percepção de futuro varia conforme o perfil dos entrevistados. O otimismo é mais acentuado entre as mulheres (74%) do que entre os homens (65%). No que diz respeito à escolaridade e renda, os grupos com ensino fundamental (74%) e aqueles que recebem menos de dois salários mínimos (72%) são os que mais esperam avanços.
Geograficamente, o Nordeste lidera o índice de confiança, com 75% de respostas positivas, enquanto a região Sul registra o menor patamar, com 65%.
A polarização política ainda reflete nas expectativas. Entre os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 78% projetam um ano melhor. No grupo que votou em Jair Bolsonaro, o índice é de 61%. A aprovação da gestão federal também é um divisor: 79% dos que aprovam o governo estão otimistas, contra 59% entre os que desaprovam.
Economistas consultados relacionam essa melhora de percepção à estabilidade de indicadores macroeconômicos ao longo de 2025:
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Desemprego: A taxa recuou para 6,1% em novembro, o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
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Inflação: O IPCA-15 encerrou o ano com alta acumulada de 4,41%, permanecendo dentro da meta estabelecida.
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Alimentos: O controle nos preços dos itens de consumo básico é apontado como fator determinante para o bem-estar das camadas mais vulneráveis.
De acordo com Samuel Pessôa, pesquisador do FGV IBRE, a combinação de baixa inflação de alimentos e menor taxa de desocupação consolida uma percepção real de melhora na qualidade de vida, refletindo diretamente nos resultados da pesquisa.
