Política

Depoimento de Bolsonaro confirma planejamento golpista, avalia cientista político Túlio Velho Barreto


12/06/2025

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Anderson Costa

Após o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), depor no âmbito da ação judicial que analisa as acusações de que ele e membros do seu governo teriam articulado uma tentativa de golpe de estado, a sociedade brasileira se debruçou para analisar as posturas do ex-governante no banco dos réus. Em conversa com a reportagem do Portal WSCOM, o cientista político e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco Túlio Velho Barreto analisou todo o cenário político construído a partir do depoimento.

Para Túlio, a postura de Bolsonaro e dos demais réus apenas confirmou as acusações de que o grupo de militares, incluindo o ex-presidente que é capitão da reserva, teria planejado uma ação que atentaria contra o Estado Democrático de Direito. “A postura do ex-presidente Jair Bolsonaro e demais réus, todos militares, diga-se de passagem, apenas deixou muito claro o quanto realmente houve planejamento para uma tentativa de golpe na democracia, sobretudo após a vitória do Luiz Inácio Lula da Silva. Todas as negativas esbarraram na confissão de todos eles de que as iniciativas conspiratórias não foram levadas à frente porque ‘não havia clima’ no país para que o golpe ocorresse”.

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Segundo o analista, assim como os observadores externos mais atentos, as palavras usadas por Bolsonaro em seu discurso também não devem ter passado desapercebidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. ” Nada adiantou posar de inocente ou se desculpar com o ministro e o STF depois de tudo que disse a respeito dele e da Suprema Corte, bem como do TSE e a lisura das urnas e da eleição. Aliás, esse recuo e o fato de ter chamado os seus apoiadores de ‘malucos’ nada mais representam que jogo de cena”, explica o cientista político.

“De fato, caso se livrem da prisão, em um previsível julgamento, tanto Jair Bolsonaro como os generais Braga Netto e Augusto Heleno, por exemplo, voltarão a emitir o mesmo juízo virulento em relação aos magistrados e a Corte. Trata-se, esse juízo, de convicção de toda uma vida, forjada desde a caserna e na convivência entre pares antidemocráticos”, concluiu o cientista político.



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