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De bilionário a preso em Bangu, Eike Batista reaparece como ‘youtuber’
APÓS SER PRESO
03/02/2018
Em frente a uma câmera e com um sorriso no rosto Eike Batista decidiu reaparecer na internet e, desta vez, com um canal no Youtube e um perfil no Instagram. Depois de um longo período sem dar declarações para a imprensa ou falar em público, Eike — que responde a denúncias de corrupção, lavagem de dinheiro e chegou a ser preso no ano passado por decisão do juiz federal Marcelo Bretas — virou youtuber. Ele prometeu publicar, a cada semana, um vídeo novo com comentários sobre temas "extraordinários que estão acontecendo no Brasil", como mesmo definiu em um dos "teasers" do novo projeto em uma de suas redes.
"Amigos, muito obrigado pelo carinho de todos vocês. Estou emocionado porque todas declarações são super carinhosas. Estou de volta. Vou falar sobre nossos projetos transformacionais que fizemos para o Brasil. Quero agradecer o carinho de todos vocês. Obrigado. Vou estar falando muito aqui no Youtube e no Instagram", diz Eike no primeiro vídeo publicado no Instagram.
Três dias após anunciar a estreia do canal, Eike lançou na noite de sexta-feira o primeiro vídeo com o título: "Você sabia?". Em dois minutos e onze segundos, o empresário parece voltar à época do auge do "Império X", em que as 14 empresas do Grupo EBX o colocaram como o oitavo homem mais rico do mundo. Entusiasmado e com um largo sorriso, Eike comenta as perspectivas do Brasil e do Rio de Janeiro na área petrolífera.
"Amigos, eu vou aqui no Youtube aproveitar e falar da minha visão do que vai acontecer no Brasil como um todo. A minha leitura do fenomenal crescimento na área do petróleo, do pré-sal, que vai ser um grande motor de desenvolvimento do Brasil para motivar vocês empreendedores e investidores a pensar em investir agora no Brasil", diz em um dos trechos do primeiro vídeo.
DE BILIONÁRIO A PRESO EM BANGU
O bilionário Eike, no entanto, viu parte de seu patrimônio ruir e a imagem de empresário bem sucedido — o mais rico do Brasil à época — se desmanchar. No dia 30 de janeiro de 2017, há cerca de 1 ano atrás, o empresário foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ele teve a prisão preventiva decretada depois que dois doleiros disseram que ele pagou US$ 16,5 milhões, cerca de R$ 52 milhões em propina, ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral. A prisão do empresário foi decretada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal, na operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
O empresário ficou preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, de janeiro a abril, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes revogou a prisão preventiva. Com a decisão o juiz Marcelo Bretas, determinou a prisão domiciliar. A medida foi relaxada em outubro, quando a STF autorizou que Eike ficasse recolhido em casa apenas à noite e durante feriados e fins de semana.
Agora, o empresário prepara a documentação para um acordo de delação premiada. O acordo é uma negociação que envolve a Procuradoria-Geral da República (PGR), uma vez que Eike aponta nomes de parlamentares de estados em que ele mantinha negócios. Caso a delação prospere, sua homologação ficará a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF) por envolver políticos com foro privilegiado. A informação foi divulgada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmada pelo GLOBO.
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