Futebol

Da família para os gramados: Dunga incorpora ‘estilo Paizão’

Corolado


10/08/2013



De um lado, o semblante sério, com estilo quase militar, prático e centralizador. Do outro, o amigo, companheiro, um “cara simples”, familiar. Esse é Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga patriarca. Em entrevista concedida no ateliê da filha Gabriela Verri, o treinador revelou a faceta “Paizão”, sempre preocupado com a educação e sucesso profissional dos descendentes, mas também com a proteção dos atletas colorados.

– Sou um cara simples. Não sou de chegar nas pessoas, mas se eles vierem conversar comigo, vou bater papo, contar piada, tomar chimarrão. As pessoas têm que separar essa imagem que criaram. Uma coisa é meu trabalho. Outra é o pessoal – observa.

Casado com Evanir, Dunga é pai de três filhos: Gabriela, Bruno e Matheus Verri. E na própria residência não chega nem perto a ser aquele homem explosivo que grita alto quando está nas casamatas. Pelo contrário, é “mansinho”.
No lar há um distanciamento clubístico, uma rivalidade Gre-Nal. Entre os cinco, Dunga é o único colorado. Filhos e esposa são todos gremistas. E como fazem para separar isso? A torcida fica para “a família”.

– Meu irmão (Matheus) no começo até achava estranho. Não entendia o pai no Inter e o irmão no Grêmio. Mas é tranquilo. Torcemos para a família – revela.

A estilista

Com 27 anos, Gabriela é a mais velha. Tímida, evita holofotes. Mas tornou-se alvo da mídia por ser estilista e cuidar da vestimenta do pai. Ganhou notoriedade durante jogos da Seleção na Copa do Mundo de 2010.

Como pai, Dunga enfrentou problemas, obstáculos potencializados em períodos de concentrações, principalmente quando atuava fora do país. Em 1987, por exemplo, deixou o Vasco e foi para o Associazione Calcio Pisa, na Itália. E treinador teve dificuldades com a pequenina.

– Pisa era o primeiro lugar fora, eu não sabia nada ainda com filho pequeno. Hoje, a estrutura para um jogador já é impressionante, na época eu não sabia o pediatra, então se a Gabriela ficava chorando… No meu edifício tinha um senhor que viu a Gabriela chorando a noite toda (quando Dunga estava concentrado). No outro dia, ele foi lá e bateu na porta, minha mulher não sabia falar italiano, mas ele entendeu. Levou ela no pediatra e quando voltei estava tudo resolvido – relembra.

O preparador-físico

‘Meio’ influenciado pelo pai, Bruno, de 25 anos, optou por seguir no ramo do futebol. Mas não como volante ou outra função em campo. Cursou Educação Física e optou por seguir o ramo da preparação física.
Hoje, Bruno é preparador físico das categorias de base do Grêmio. E de quem recebe dicas importantes? Do pai, é claro.

– Primeiramente, ele nunca forçou para eu trabalhar no futebol. Sempre me deu total liberdade para escolher o ramo. A partir do momento que optei pela preparação física, aí sim ele me apoiou bastante. Me passa diariamente experiências e dicas de vestiário, de trabalho. Quando estamos juntos quase sempre o assunto é futebol. E ele se mostra muito interessado sobre o andamento do meu trabalho – conta.

Quem sabe, um dia Bruno trabalhará junto com o pai. Segundo ele, seria uma “honra” auxiliar Dunga. Mas não há nada programado.

O caçula

Matheus é o caçula, de seis anos. Na residência do treinador, a lógica de quem manda é proporcionalmente contrária ao tamanho e idade. Ou seja, Matheus é o centro das atenções.

Aliás, foi o pequeno que sugeriu a retirada da barba de Dunga. O motivo é simples: “estava pinicando” na hora dos abraços.

– O Matheus que é o rabo do tacho, o último dos filhos, tem uma influência em toda a família. Ele não estava gostando da barba, disse que estava pinicando. Pediu pra tirar – brinca o técnico.



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