Opinião
Um nordestino na China atual
13/10/2024
Como se virar numa condição de relativo analfabetismo digital – linguístico ?
Nos anos 80, creio que 1984/1985 o catolaico Chico Cesar esteve lá em casa no Castelo Branco para se despedir da gente, pois estava decidido a morar em São Paulo quando Maria Júlia – nossa mãe e de Duda – indagou: “ mas, Chico, vc é pequenino e não tem medo de se perder numa cidade grande, não ? Ele respondeu: “tenho nada, Dona Júlia. Eu já sei me virar”. Foi essa lembrança que carreguei comigo quando embarquei para a China pela primeira sabendo dos perrengues por não dominar o mandarim e inglês. Mas já cheguei.
Imaginemos que todos busquem se precaver para a convivência com experiência inusitada fora do País como turista indo à China pela primeira vez na vida, mesmo sem domínio das línguas mandarim e inglês que, para suprir a deficiência adote ou baixe o aplicativo Google Tradutor, bem como a ferramenta VPN admitida em solo chinês que por convenção particular e política veta o uso do WhatsApp, por exemplo.
Para quem vai passar uma temporada de dificuldades previsíveis é óbvio ter que buscar assegurar um cartão bancário com condição internacional, providenciar dólares para emergências, mas o problema começa com a questão do acesso ao Wi-FI.
Um exemplo confirmado por uma aeromoça chinesa: a empresa aérea Air China, responsável pela viagem de Joanesburgo a Beijing – Wulumuqi / URUMQI – disponibiliza Wi-Fi, mas sem permitir acesso aos Iphone de origens latinas, por exemplo, criando dificuldades para uso do aplicativo VPN.
E se o celular não gera conexão com internet, o Google Tradutor não funciona, portanto, nessa condição dificulta a tradução das várias línguas com o português obrigando o usuário a gerar todo tipo de mímica e uso do inglês ruim para se virar de qualquer jeito.
UMA DIFICULDADE TÍPICA
No VAUCHE emitido pela Agência de Notícias da China – XINAUA – consta conexão em Joanesburgo com direito a tirar bagagem da Latam no aeroporto advindo de São Paulo para reembarque para Beijing também despachando bagagem.
Ocorre que pelo bilhete, o destino de Joanesburgo é Beijing seguido de outro trecho para Wulumuqi (URUMQI)- sede da 6ª CÚPULA GLOBAL DE MÍDIA onde todos os principais assuntos atuais do contexto estão sendo pautados.
Mas, na prática, atentem para o sério perigo sem o uso da Internet para tradução do Google quando se atesta que consta no painel da aeronave com o percurso de viagem está programado para SHENZHEN inicialmente (mais de 9 horas de voo) e não direto para BEIJING, como assinala no ticket da passagem.
E agora, o que fazer, além de perder o sono com a preocupação ? Não tem outro jeito, senão se virar apelando para aeromoças usarem seus tradutores de língua para atenuar a agonia do cidadão global nordestino desprovido das ferramentas dos tempos modernos.
Uma dica surgida: segundo a funcionária da companhia aérea depois da chegada em SHENZHEN haverá conexão para BEIJING e no dia seguinte à WILUMUQI/ URUMQI. Menos mal.
OUTRO DRAMA DA GOTA SERENA
A bagagem despachada para BENJING conversado no balcão com a funcionária da empresa dizia que seria nessa cidade a obtenção da mala, só que no verso do ticket da passagem a entrega está assinalada para receber em URUMQI – viagem prevista para o dia seguinte.
E agora, como resolver esse impasse sem o Google Tradutor e VPN estarem funcionando ?
TODA A TORCIDA POSSÍVEL
A expectativa é de que o voo para SHENZHEN seja só uma escala até BEIJING. Mesmo assim e a bagagem onde pegar? Em BEIJINGN ou URUQUIM? Haja dramas e comédias da cidade.
PACIÊNCIA, A SAÍDA
Não tem outro jeito senão exercitar a paciência para ser compreendido pelos funcionários da AIR CHINA para desvendar a realidade sabendo de cenários adicionais díspares.
As informações iniciais eram de que a temperatura na China variava entre 10 e 20 daí ter comprovado meia colante e apetrechos mas, tanto em Joanesburgo quanto na viagem à BEIJING a temperatura estava calor, acima dos 22 graus, portanto, daí a importância de acesso à bagagem para na primeira oportunidade um providencial banho e/ou chuveirada.
Mas, a pergunta continua: vai ter escala de SHENZHEN para BEIJING e a mala vamos pega-la em qual das duas cidades? BEIJING OU URUQUIM? De fato, a primeira escala de 9 horas sobre o Oceano Índico é só a primeira fase para chegar em Pequim – ou BENJING como queiram. Eita vida boa aperreada!, diria o saudoso Pinto do Acordeon.
SENTIMENTO DE IMPOTÊNCIA
Estar na Ásia, na China especificamente diante de uma quantidade volumosa de pessoas falando mandarim e/ou no máximo inglês, para quem não domina nenhuma das duas línguas é um desconforto imensurável, sobretudo porque para pior o tradutor do Google não esteve funcionando nos voos – 24 horas ao todo levando em conta Joanesburgo, Shenzen e Benjin é uma parada, sem dúvidas e das grandes!
A BOA LEITURA
– [ ] Neste mundo de tantos conflitos e retrocessos no mundo, impressiona nos aviões e nos ambientes públicos muitas pessoas com hábito de leitura. Não muito à toa nos aeroportos, no acesso a parte de acesso às aeronaves diversos jornais à disposição dos passageiros em versões mandarim e inglês. Impressiona.
Alias, como atestamos no acesso às aeronaves nesses aeroportos tem à disposição dos passageiros jornais impressos em mandarim e inglês. Impressiona a quantidade de adesão dos leitores.
No caso de livros, então, a quantidade é imensa de interessados na resistência . Ainda bem!
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