Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

“Quando a chuva passar”


11/06/2014

Foto: autor desconhecido.

A música “Quando a chuva passar”, composta por Roman Cruz, em 2005, fez muito sucesso na interpretação de duas grandes cantoras brasileiras: Ivete Sangalo e Paula Fernandes. Na sua letra há a manifestação de resignação do “eu lírico” com o fato de estar sendo abandonada pelo pessoa que ama, mas sem perder a esperança de que tudo não passe de uma tempestade temporária, e que no amanhã tudo volte à normalidade nesse envolvimento sentimental.

“Pra que falar, se você não quer me ouvir?/Fugir agora não resolve nada”. Ao perceber que não há mais a reciprocidade no querer estar juntos, decide não falar mais nada. Entende que o melhor a fazer é se submeter à circunstancial indiferença demonstrada por seu amado, ainda que confiante de que não deva fugir e afastar-se definitivamente, porque resta sempre a esperança de que tudo isso seja passageiro.

“Mas não vou chorar/Se você quiser partir/Às vezes a distância ajuda/E essa tempestade um dia vai acabar”. Avisa que não vai derramar lágrimas se for mantida a decisão de partir. Até porque acredita que o fato de ficarem distantes um do outro pode despertar nele saudades e assim pensar em voltar. Mantém a confiança de que tudo um dia vai ser como antes, a tempestade vai passar.

“Só quero te lembrar/De quando a gente/Andava nas estrelas/Nas horas lindas/Que passamos juntos”. Quer apenas que ele não esqueça nunca o tempo em que estiveram juntos sonhando, como se passeassem nas estrelas, numa viagem de fantasia.

“A gente só queria amar e amar/E hoje eu tenho certeza/A nossa história não termina agora/E essa tempestade um dia vai passar”. Recorda que não pensavam em outra coisa a não ser se amarem, o que lhe traz a certeza de que o enredo desse romance não termina assim tão repentinamente. Tem forte expectativa de que esse vendaval um dia vai acabar.

“Quando a chuva passar/Quando o tempo abrir/Abra a janela e veja/Eu sou o sol/Eu sou céu e mar/Eu sou céu e fim/E o meu amor é imensidão”. Portanto, quando o temporal passar e o céu aparecer limpo, sem a sombra das nuvens, ele poderá abrir os olhos e a capacidade de entender que nela está sua razão de viver. Ela é o sol que dará brilho à sua vida, a terra que germinará o alimento desse amor, o mar que permitirá a navegação em busca do porto seguro, o céu que se afirmará como o paraíso, o fim na compreensão que nada se encerrará sem a sua companhia. Afinal de contas o seu amor é infinito, sem tamanho, incomensurável.

• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚS


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